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1 INTRODUÇÃO
O setor rural brasileiro sempre teve uma participação significativa na história
econômica brasileira. Desde a descoberta do Brasil, em 1500, até meados do
século XX, a produção brasileira esteve voltada praticamente para o setor primário;
num modelo agrário exportador, concentrou- se a produção brasileira basicamente
em quatro produtos: a cana de açúcar, o algodão, a borracha e o café. A partir de
meados do século XX, começa a haver, no país, um grande desenvolvimento
econômico, sustentado pela migração do capital produtivo da agricultura para o setor
industrial, muito influenciado pela crise do café, pela entrada do capital estrangeiro
no país e pelos incentivos e investimentos feitos pelo governo para promover o
desenvolvimento da economia brasileira. O país começa a entrar em um novo
estágio de desenvolvimento econômico, saindo de uma economia agroexportadora
para uma economia industrial e de serviços, alavancando o crescimento do país,
(Gremaud, Vasconcelos e Toneto, 2004).
Da mesma forma que a estrutura econômica começa a mudar, afirma o
mesmo autor, a estrutura social também muda. Com a industrialização brasileira a
todo vapor, a mão de obra começa a migrar do campo para as cidades. Em função
disso, começa haver no setor rural uma mecanização da agricultura, que só é
possível, também pelo desenvolvimento do setor industrial no país, segundo
Gremaud et. al (2004). A geografia da produção agropecuária começa a mudar por
volta dos anos 70. Com a consolidação da soja como principal cultura do
agronegócio brasileiro e sendo uma cultura muito mecanizada, percebe-se uma
migração da produção para a região centro-oeste brasileira, dotada de terras muito
propícias à plantação destas culturas. A criação de gado, antes também muito
centralizada na região sul, começa a ter, no centro-oeste brasileiro, ótimas
condições de desenvolvimento e se expande também para esta região.
O Setor agropecuário brasileiro correspondeu em 2007 a 23,07% do PIB
brasileiro, segundo reportagem da Agência Brasil (2008), relatando os dados
apurados pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil).
sendo cerca de 10% do PIB nacional gerado apenas pela agricultura familiar,