Colonialidade e descolonialidade: Uma Perspectiva Eco-Relacional
João B. A. Figueiredo
Professor Pesquisador do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da Faculdade
de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da
Universidade Federal do Ceará - UFC.
Este trabalho formula uma releitura da colonialidade/modernidade em sua
gênese, principais argumentos e propõe alternativas superadoras desta lógica que
ainda hoje predomina mundialmente. A colonialidade/modernidade, eurocêntrica,
moderna, capitalista, burguesa foi consolidada pela globalização no século XX.
Temos a instituição da colonialidade do poder intimamente ligada a colonialidade do
saber. Na superação dessa idéia a DesColonializAção passa a ser verbo essencial
aos novos tempos, abertura às novas possibilidades. Assim, a partir das
elaborações de Quijano, muitos estudos eclodem e colaboram com a
descolonialidade enquanto alicerce necessário para uma revolução profunda,
radical. Dentre as contribuições, trazemos a Perspectiva Eco-Relacional, uma
proposta na qual se verifica uma ecopráxis que fomenta de dentro prá fora, de
baixo para cima outra lógica que se instala por meio das parcerias afetivas e
efetivas. Com esta proposta assume-se o reconhecimento de que o primeiro passo
para a conscientização é a tomada de consciência da inconsciência dos processos
colonializadores. Daí avança-se para a conscientizAção que se manifesta na ação
transformadora. Convém que esta ação seja pautada em uma ecopráxis
contextualizada, dialógica, com foco nas relações; como propósito um saber
parceiro, a superAção das situações-limites portadora dos atos-limites refletidos e
compartilhados, alavanca para o ‘ser mais’ com @s outr@s.
Palabras-chave: Colonialidade/Modernidade, Descolonialidade, Perspectiva
Eco-Relacional.
Colonialité et décolonialité: Une perspective éco-relationnelle
RESUME
Ce travail formule une relecture de la colonialité/modernité en sa genèse et les
principaux arguments qui la fondent ; il propose des alternatives qui dépassent
cette logique qui, aujord´hui encore, domine mondialement. La
colonialité/modernité, eurocentrique, moderne, capitaliste, bourgeoise, a été
consolidée par la globalisation au XX siècle. Il y a l´institution de la colonialité du
pouvoir, intimement liée à la colonialité du savoir. Pour le dépassement de cette
idée, la DéColonisA(c)tion est en train de devenir essentielle et ouverte à de
nouvelles possibilités. Ainsi, à partir des élaborations de Quijano, de nombreuses
études éclosent et collaborent avec la décolonialité, nécessaire pour une révolution
profonde et radicale. Parmi ces collaborations nous élaborons la Perspective Éco-
Relationnelle, dans laquelle est agissante une écopraxis qui met en oeuvre, du
dedans en direction du dehors et de bas en haut, une autre logique, concrétisée par
le biais des partenariats affectifs et effectifs. Par cette approche on assume la
reconnaissance du fait que le premier pas em direction de la conscientisation est la
prise de conscience du caractère inconscient des processus colonisateurs. A partir
de là, on avance en direction de la conscientisA(c)tion, qui se manifeste dams
l´action transformatrice. Il convient que cette action repose sur une écopraxis
contextualisée, dialogique, focalisée sur les relations ; avec pour objectif un savoir
partenaire, le dépassement par l´action des situations-limites , porteur des actes-
limites réfléchis et partagés, on atteint un « plus d´être » aves les autres.
Mots-clés : colonialité/modernité, décolonialité , perspective éco-
relationnelle.