UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE ENGENHARIA LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA PROJECTO DO CURSO Estudo de falhas em motores de indução trifásico utilizando método de análise de vibração na Icro group Discente: Magumisse, Melosovik Tomas Coordenador: Eng.° Dinís Chissano Supervisor: Eng.° Isac Matavel Maputo, 08 de Fevereiro de 2022 Magumisse, Melosovik Tomas PROJECTO DO CURSO Estudo de falhas em motores de indução trifásico utilizando método de análise de vibração na Icro group Trabalho apresentado para conclusão da cadeira de projeto de curso de engenharia elétrica na Universidade Eduardo Mondlane. Coordenador: Eng.° Dinís Chissano Supervisor: Eng.° Isac Matavel Maputo, 08 de Fevereiro de 2022 FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA CURSO: ENGENHARIA ELÉCTRICA TERMO DE ENTREGA DE RELATÓRIO DO PROJECTO DO CURSO Declaro que o estudante José Eduardo Santos entregou no dia 08/02/2022 as 2 cópias do relatório do seu Projeto do Curso com referência: 2021ELPCL20. Intitulado: Estudo de falhas em motores de indução trifásico utilizando método de análise de vibração na Icro group Maputo, 08 de Fevereiro de 2022 A chefe da Secretaria ___________________________ ( Arlete Chiconela) RESUMO A maioria das máquinas industriais modernas opera a partir de motores, que podem, com o uso, desenvolver defeitos ou falhas. Estas ocorrências podem causar paradas das máquinas ou a diminuição do nível de eficiência do processo produtivo. Quando uma máquina desenvolve um defeito ou falha, ela apresenta indícios de defeitos de várias formas: mudanças nos sinais de vibrações, variação da temperatura, ruídos e alterações no campo eletromagnético. Este trabalho apresenta a detecção de falhas em motores elétricos por meio das técnicas de manutenção preditiva. Um programa de manutenção preditiva deve englobar várias técnicas de monitoramento das condições das máquinas rotativas. Dentre elas podem-se citar como clássicas a análise de corrente elétrica e a análise de vibrações. Entretanto, existe um grande número de dificuldades associadas com estas técnicas e, consequentemente, com suas aplicações práticas. Isto devido à abrangência de detecção de ocorrências anormais no seu funcionamento, tais como: defeitos ou falhas em barras rotativas do rotor e no estator, desbalanceamento de tensão e curto-circuito entre fases e espiras. O presente estudo se propõe a apresentar uma proposta de solução neste contexto. Tem como objetivo desenvolver uma metodologia para a construção de um programa de manutenção baseado em condição, visando dar suporte às atividades de manutenção industrial e melhorar a sua confiabilidade. A metodologia proposta apresenta conceitos de MCC - Manutenção Centrada em Confiabilidade e Técnicas de Manutenção Preditiva. Palavras Chave: Analise de Vibração, Manutenção, Falhas, Motor de Indução Índice RESUMO............................................................................................................................................ 4 CAPITULO I: INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 1.1. Contextualização.................................................................................................................... 1 1.2. Formulação do problema ....................................................................................................... 1 1.3. Justificativa ............................................................................................................................ 2 1.4. Objetivos ................................................................................................................................ 3 1.4.1. Objetivo Geral ................................................................................................................ 3 1.4.2. Objectivos Especificos ................................................................................................... 3 CAPITULO 2: METODOLOGIA ................................................................................................... 4 CAPÍTULO 3: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................... 5 3.1. Considerações Sobre Manutenção........................................................................................ 5 3.1.1. Conceitos e objetivos ...................................................................................................... 5 3.1.1.1. Objetivos da manutenção preditiva........................................................................... 6 3.1.1.2. Definições de manutenção preditiva ......................................................................... 7 3.2. Principais técnicas de manutenção Preditiva ......................................................................... 7 3.3. Máquinas elétricas .................................................................................................................... 8 3.3.1. Motores de corrente contínua ............................................................................................. 9 3.3.1.1. Partes constituintes e possíveis falhas ......................................................................... 9 3.3.2. Motores de corrente alternada.......................................................................................... 11 3.3.2.1. Motores síncronos ..................................................................................................... 12 3.3.2.2. Motor Assíncrono ....................................................................................................... 12 3.3.2.2.1. Características de Falhas em Maquinas Rotativas de Indução ............................ 13 3.4. Modos potenciais de falhas de motores elétricos .................................................................... 15 3.4.1. Falhas elétricas e seus espectros ........................................................................................ 16 3.4.1.1. Falha no estator............................................................................................................ 17 3.4.1.2. Rotores excêntricos ...................................................................................................... 17 3.4.1.3. Anéis de Curto e/ou Barras de Rotor trincadas ............................................................ 18 3.4.1.4. Conectores frouxos ou partidos ................................................................................... 18 3.4.1.5. Bobinas do Estator frouxas ........................................................................................... 19 3.4.2. Falhas mecânicas e seus espectros .................................................................................... 19 3.4.2.1. Desalinhamento em máquinas ................................................................................... 19 3.4.2.1.1. Causas e efeitos de desalinhamento ................................................................... 20 3.4.2.1.2. Diagnóstico de desalinhamento por análise de vibração...................................... 21 3.4.2.2. Desbalanceamento em máquinas ................................................................................. 21 3.4.2.2.1. Causas e efeitos do desbalanceamento.................................................................. 22 3.4.2.2.2. Diagnóstico do desbalanceamento por análise de vibração .................................... 22 3.4.2.3. Folgas em componentes mecânicos.............................................................................. 23 4.3.2.1. Diagnóstico de folgas mecânicas por análise de vibração ......................................... 23 3.4.2.4. Mancais de rolamento ................................................................................................... 25 3.4.2.5. Defeitos em mancais de rolamento .............................................................................. 26 3.4.2.5.1. Falhas detectadas por análise de vibração em mancais de rolamento ................... 28 3.4.2.5.1.1. Cálculo da frequência de defeito dos rolamentos ............................................. 29 3.4. Analise De Vibração ............................................................................................................... 31 3.4.1. Caracterização do fenômeno............................................................................................ 31 3.4.2. Grandezas físicas da vibração ..................................................................................... 32 3.4.3. Nível de vibração .......................................................................................................... 33 3.4.4. Parâmetros de vibração ................................................................................................ 34 3.4.5. Escolha do parâmetro de vibração ................................................................................ 35 3.4.6. Sensores de vibração ................................................................................................... 37 3.4.7. Sensor relativo (sem contato) ....................................................................................... 38 3.4.8. Pick-up de velocidade ................................................................................................... 39 3.4.9. Sensor absoluto ............................................................................................................ 40 3.4.2. Identificação de frequências ............................................................................................. 41 3.4.3. Medição da Vibração ........................................................................................................ 43 3.4.4. Medição de vibração no eixo ............................................................................................ 43 3.4.5. Medição de vibração na carcaça ...................................................................................... 44 3.4.6. Avaliações das vibrações ................................................................................................. 45 3.4.7. Curvas de tendência......................................................................................................... 45 3.4.8. Mapas Espectrais ............................................................................................................. 45 3.4.9. Critérios de avaliação de condição ................................................................................... 46 CAPÍTULO IV: MEMORIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA ............................................ 46 4.1. Tecnologia utilizada no monitoramento de vibração ................................................................ 46 4.2. Especificações técnicas dos equipamentos para monitoramento de vibração ..................... 48 4.3. Calculo das frequências dos defeitos dos rolamentos do motor .............................................. 52 CAPITULO V: RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 53 5.1. Condição observada no motor 10 de Dezembro de 2021 ....................................................... 53 5.2. Condição observada no motor 02 do dia 29 de Novembro de 2021 ........................................ 53 CAPITULO VI: REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 55 ANEXO ............................................................................................................................................. 56 Índice de Figuras Figura 1: Tipos de Manutenção (NEMÉSIO SOUSA, 2009.) ...................................................................... 6 Figura 2: Técnicas de Manutenção Preditiva (BARONI, 2002) .................................................................... 8 Figura 3: Partes Principais do Motor de Corrente Contínua (WEG, 2003) ................................................... 10 Figura 4: Partes Constituintes do Motor de Corrente (WEG, Características e Especificações de Motores de Corrente Contínua e Conversores CA/CC. , 2003) ................................................................................... 11 Figura 5: Rotor tipo bobinado com anéis de escorregamento. (BALU, 2009) ............................................... 13 Figura 6: - Rotor tipo gaiola de esquilo ( Pacheco, 2007) .......................................................................... 14 Figura 7: Componentes de um motor trifásico de indução (WEG., 1998) .......................................... 15 Figura 8: Fontes de falhas em motores de indução ........................................................................... 15 Figura 9: : Percentuais de Falhas x Partes dos Motores (SIQUEIRA, 2005)...................................... 16 Figura 10: Espectro de Falha no estator. ................................................................................................. 17 Figura 11: Rotores excêntricos .............................................................................................................. 18 Figura 12: Problemas de Fase .......................................................................................................... 19 Figura 13: Bobinas Frouxas .............................................................................................................. 19 Figura 14: Gráficos espectrais FFT indicando falhas de desalinhamentos angulares e paralelosFonte: (SKF, 2000) ....................................................................................................................................... 20 Figura 15: Vista explodida com os componentes de um rolamento ................................................... 26 Figura 16: Pêndulo e Onda no Tempo (LEONARD & T., 1998) ............................................................... 31 Figura 17: Demonstração de Onda no Tempo e em FFT e os Pontos de Medição (LEONARD & T., 1998) .... 32 Figura 18: Representação de uma Amplitude (LEONARD & T., 1998) ...................................................... 32 Figura 19: Representação de uma Fase (LEONARD & T., 1998) ............................................................... 33 Figura 20: Representação de Nível de Vibração (LEONARD & T., 1998) .................................................. 33 Figura 21: Representação da Defasagem dos Parâmetros de Vibração ........................................................ 35 Figura 22: Representação de Deslocamento, Velocidade e Aceleração ....................................................... 36 Figura 23: Representação do Fator de Crista ........................................................................................... 37 Figura 24: Probe, Proximitor e Cabo de Extensão .................................................................................... 38 Figura 25: Representação do Sinal do Sensor de Vibração Relativa ............................................................ 39 Figura 26: Representação do Sinal do Sensor de Vibração Absoluta ........................................................... 40 Figura 27: Espectro de Vibrações Mostrando as Frequências Correlacionadas com Cada Parte da Máquina .... 42 Figura 28: Espectro Mostrando Diversas Faixas de Frequência e Defeitos Contidos em Cada Faixa ............... 42 Figura 29: Pontos de medição de vibração na carcaça da caixa de Mancal................................................... 44 Figura 30: Fixação do pick-up com base magnética.................................................................................. 45 Figura 31: Exemplos de Mapa Espectral ................................................................................................. 46 Figura 32: Limites de Vibração Baseado na ISO 2372 .............................................................................. 46 Figura 33: Microlog GX SKF e acelerômetro piezolétrico dotado de base magnética ........................ 47 Figura 34: Acelerômetro com base magnética .................................................................................. 48 Figura 35: Fixação de base magnética, visão frontal ......................................................................... 48 Figura 36: Motor de indução Fonte: Autoria própria. ............................................................................ 49 Figura 37: Pontos de medição do motor, visão lateral ....................................................................... 50 Figura 38: Pontos de medição do motor, visão de cima .................................................................... 51 Figura 39:Interface do Software contendo os pontos de medição ..................................................... 52 Figura 40: Gráfico espectral FFT indicando problemas de desalinhamento....................................... 57 Figura 41:Gráfico espectral típico de desbalanceamento (pico em 1X RPM), também indica pequeno desalinhamento (pequeno pico em 2X RPM) .................................................................................... 57 Figura 42: Gráficos espectrais típicos de condições de desbalanceamento ...................................... 58 Figura 43:Gráficos espectrais em folgas tipo A, B e C ....................................................................... 58 Figura 44: Observa-se os múltiplos harmônicos no gráfico espectral, associando ao problema de folga .................................................................................................................................................. 59 Figura 45: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 1º estágio ........................................... 59 Figura 46: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 2º estágio ........................................... 59 Figura 47: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 3º estágio ........................................... 60 Figura 48: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 4º estágio ........................................... 60 Figura 49: Gráfico espectral de rolamento em 3º estágio de falha em seu anel interno ..................... 60 Figura 50: Gráfico espectral de rolamento em 3º estágio de falha em seu anel externo .................... 61 Figura 51: Gráfico espectral de rolamento em 3º estágio de falha em seu anel interno ..................... 61 Figura 52: Escolha do tipo rolamento e a montagem no veio ............................................................ 62 Figura 53: Escolha da Referencia ( Tipo) do Rolamento Instalado. ................................................... 62 Figura 54: Calculo das frequências dos Rolamentos ......................................................................... 63 Figura 55: Calculo da frequência dos Rolamento 6309 ..................................................................... 63 Figura 56: Calculo da frequência dos Rolamento 6209 ..................................................................... 64 CAPITULO I: INTRODUÇÃO 1.1. Contextualização A manutenção é um conjunto de cuidados técnicos indispensáveis, de grande valia nas indústrias que prezam pela constante produtividade, confiabilidade e disponibilidade de seus equipamentos. O setor industrial possui preocupação com a qualidade e eficiência de seu processo de produção, com o menor custo possível. Considera-se que nenhum equipamento continuará operando com desempenho satisfatório à medida que o tempo passa, portanto, as empresas entendem a necessidade de aplicação de uma estratégia de manutenção confiável e segura. Este trabalho mostra a relevância de aplicação de técnicas preditivas na manutenção e irá expor que quanto mais técnicas se utilizar para predição de falha em um equipamento tão relevante como o motor de indução trifásico é para a indústria, melhor será para uma intervenção assertiva quando necessário. Além disso, sem que haja paradas de processos inesperadas que geram transtornos para produção e custos da empresa. As tecnologias de diagnóstico (vibrações, análise de lubrificantes, termografia, ferrografia, análise de corrente, análise de fluxo magnético, entre outras) têm um papel importante na identificação dos sintomas que conduzem a defeitos ou falhas, permitindo a previsão futura de uma eventual impossibilidade de um equipamento funcionar com as especificações desejadas. Entretanto, muitas vezes a informação que identifica os sintomas não é sempre disponibilizada nem de fácil compreensão. 1.2. Formulação do problema O grau de importância na deteção de defeitos em motores elétricos está relacionado a diminuição dos custos de manutenção e consequentemente a maior disponibilidade dos equipamentos em produção. Com isso é aplicado um dos métodos de análise a qual é dada através das vibrações, pois o mesmo permite obter as componentes em frequência ao longo do tempo de funcionamento do equipamento, de forma a identificar a evolução de um possível problema. 1 Para um diagnóstico eficaz, é preciso de uma monitoração contínua, com o intuito de minimizar os efeitos que possam degradar o motor. Contudo, para esta identificação é necessário, possuir um sistema robusto, já que em alguns tipos de falhas a evolução dos defeitos podem ser mascarados por ruídos e mudanças das condições de operação. Neste trabalho o enfoque será dado na deteção de falhas utilizando o a analise de vibração. Deste modo surge a pergunta, Quais aspecto deve se considerar para o diagnostico de falhas no motor de indução trifásico através de Analise de Vibração? 1.3. Justificativa A área da manutenção vem se destacando cada vez mais através de estudos e desenvolvimento de tecnologias com objetivo de tornar a indústria mais produtiva e os gastos com maquinário cada vez menor. Toda fábrica que visa produzir algo, tende a desenvolver programas de manutenção e, portanto, torna-se necessário capacitar sua equipe e acompanhar as novas tecnologias presentes no mercado, a fim de para manter seus equipamentos operando com o melhor rendimento possível. Este trabalho visa apresentar uma forma de aplicação prática da manutenção preditiva que pode ser utilizada pelas indústrias que possuem motores elétricos compondo uma parcela considerável de seu parque de ativos em operação e precisam de um acompanhamento adequado e que não necessite realizar paradas em seu processo de produção para detecção de possíveis falhas. Baseado na necessidade existente em reduzir gastos com falhas em motores elétricos que ocasionam custos elevados ao parque industrial, o trabalho apresenta a técnica de análise preditiva: análise de vibração. Este estudo é fruto das exigências crescentes de padrões aceitáveis de disponibilidade, continuidade, qualidade e segurança na manutenção e também devido à sofisticação dos equipamentos elétricos utilizados nas indústrias – a exigência em termos de confiabilidade tem aumentado consideravelmente. 2 1.4.Objetivos 1.4.1. Objetivo Geral Estudar as falhas elétricas elétricas em motores de indução trifásico utilizando método de análise de vibração na Icro Mozambique; 1.4.2. Objectivos Especificos • Identificar as falhas elétricas comuns em motor de indução trifásico; • Descrever as falhas elétricas comuns em motor de indução trifásico; • Descrever as formas de Coletas de dados para analise de vibração; • Identificar as falhas elétricas no espectro que causam vibrações. 3 CAPITULO 2: METODOLOGIA Neste capítulo serão tratados os aspetos metodológicos utilizados para a elaboração deste trabalho, mostrando as etapas de pesquisa realizadas. a) Quanto a abordagem: Segundo (NASCIMENTO, 2016), Método ou abordagem quantitativa é uma abordagem ou método que emprega medidas padronizadas e sistemáticas, reunindo respostas pré-determinadas, facilitando a comparação e a análise de medidas estatísticas de dados. Quanto a abordagem trata-se de uma pesquisa quantitativa, onde os dados serão analisados de forma objectiva, e os resultados serão apresentados a partir de uma estrutura como gráficos. b) Quanto a natureza: A pesquisa aplicada é dedicada à geração de conhecimento para solução de problemas específicos, é dirigida à busca da verdade para determinada aplicação prática em situação particular. (Bauer. & Gaskel, 2000). Este projeto visa gerar conhecimentos para aplicação prática e com objetivo de mostrar a técnica de analise de vibração como método de diagnosticar falhas elétricas em motores de indução, por isso que trata-se duma pesquisa aplicada. c) Quanto aos objetivos: Conforme leciona (NASCIMENTO, 2016), Pesquisas explicativas empregam o método experimental de pesquisa, e são dotadas de complexidade, servindo para identificar atributos ou fatores que determinam a ocorrência de fenômenos. Quanto aos objetivos, trata-se duma pesquisa explicativa, pois o projeto visa identificar os diferentes fatores que determinam e influenciam na escolha de cada dispositivo ou equipamento a ser empregue no projeto, bem como explicar a razão da escolha. d) Quanto aos procedimentos técnicos: De acordo com (NASCIMENTO, 2016), estudo de caso trata-se, como os termos indicam, do estudo de certo caso singular visando descoberta de fenômenos em determinado contexto.. Quanto aos procedimentos técnicos este projeto pode ser visto trata-se de uma pesquisa experimental, onde o objeto de estudo é Deteção de falhas elétricas em motores de indução trifásicos. 4 e) Instrumentos e técnicas de recolha de dados: As técnicas ou procedimentos utilizados na recolha de dados para o projecto são técnicas documentais. Para tal efetuou-se a recolha e análise bibliográfica, que consistiu na busca de informações em livros e catálogos. CAPÍTULO 3: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo apresenta a revisão da literatura que serve como fundamentação teórica para sustentar o estudo. Foi estruturado com base nos aspetos abordados na pesquisa e nas práticas recomendadas pela bibliografia para as técnicas preditivas de manutenção de máquinas elétricas rotativas, pesquisadas de acordo com o desenvolvimento do estudo. 3.1. Considerações Sobre Manutenção A manutenção está sempre tomando novos rumos e caminhando cada vez mais próxima da operação. Mudanças profundas têm-se apresentado na última década nos mercados. Eles estão sendo marcados por conceitos como: globalização, redução de custos e melhoria da qualidade de serviços. Hoje sua gestão é integrada com as estratégias e objetivos estratégicos da empresa, tendo a produção como foco principal. Atualmente a técnica de manutenção deve ser necessariamente desenvolvida sob a estratégia de redução dos tempos de intervenção nos equipamentos, buscando obter o menor tempo de indisponibilidade para o serviço. (BARONI, 2002) 3.1.1. Conceitos e objetivos Segundo (NEMÉSIO SOUSA, 2009.)a classificação clássica da manutenção contempla dois níveis gerais: Manutenção Preventiva: Intervir no equipamento antes que ele pare de operar, de uma forma programada, baseada na experiência, estatísticas ou outro tipo de avaliação, analisando a conveniência ou não de retirar o equipamento de operação. Manutenção Corretiva: Deixar operar até surgir uma falha que interrompa a operação do equipamento, ou ocorrer um defeito que provoque a perda, parcial ou total, da sua função operacional e que justifique uma intervenção. Baseado nestes conceitos e considerados os aspectos de segurança, confiabilidade, desempenho e disponibilidade, conclui-se que o ideal é que a manutenção intervenha na máquina apenas quando e onde se 5 fizer necessário. De acordo com Nemésio Sousa [22], e admitindo-se apenas estes dois tipos de manutenção todas as outras atividades que não sejam de caráter corretivo, seria acompanhamento e/ou determinação de parâmetros para realizar intervenção preventiva antes do aparecimento de defeitos e/ou a instalação de falhas - ver figura 1. Figura 1: Tipos de Manutenção (NEMÉSIO SOUSA, 2009.) O objetivo da manutenção preditiva não é eliminar os níveis de manutenção preventiva ou corretiva, mais minimizá-los de forma prática, técnica e objetiva, por meio do acompanhamento e/ou monitorização de parâmetros, com uso de instrumentação adequada. (Spanner, 2009) O objetivo da manutenção preditiva não é eliminar os níveis de manutenção preventiva ou corretiva, mais minimizá-los de forma prática, técnica e objetiva, por meio do acompanhamento e/ou monitorização de parâmetros, com uso de instrumentação adequada. 3.1.1.1. Objetivos da manutenção preditiva Os principais objetivos da manutenção preditiva são: parar o equipamento no momento certo, minimizar as intervenções, aumentar a disponibilidade, reduzir custos e determinar parâmetros preventivos. Tendo em vista os aspectos mencionados podemos tecer alguns comentários sobre a manutenção preditiva e refletir a cerca de suas vantagens e aplicações. (Spanner, 2009) 6 3.1.1.2. Definições de manutenção preditiva O termo associado à manutenção preditiva é ‘predizer’. Esse é o principal objetivo da manutenção preditiva: predizer - ou prevenir, as falhas nos equipamentos por meio do acompanhamento de diversos parâmetros, permitindo a operação contínua pelo maior tempo possível. Ou seja, a manutenção preditiva privilegia a disponibilidade à medida que, em princípio, não deve promover intervenções nos equipamentos em operação. A manutenção preditiva consiste na técnica de monitoramento da tendência e modo de falha de um equipamento, ou seu componente, pelo acompanhamento de parâmetros indicativos de sua condição. Portanto, alguns indicadores importantes tais como: temperatura, pressão, vibração, vazão, ruídos, vazamentos, desgastes e corrosão servem como subsídios à antecipação das falhas em equipamentos. (NEMÉSIO SOUSA, 2009.) 3.2. Principais técnicas de manutenção Preditiva Em termos práticos uma técnica de manutenção preditiva, em princípio, deve atender aos seguintes requisitos: 1. Permitir a coleta de dados com o equipamento em funcionamento, com o mínimo de interferência possível no processo de produção; 2. Permitir a coleta dos dados que possibilitem a análise de tendência. Poderíamos classificar as técnicas de manutenção preditiva pela a) grandeza medida: ✓ vibração, temperatura, corrente elétrica; b) pelo defeito: ✓ vazamento, pitting, corrosão, baixa isolação; c) pela aplicabilidade: ✓ caixas de engrenagens, sistemas hidráulicos, máquinas elétricas. Apenas para efeito de estudo, vamos classificar as técnicas mais importantes em famílias de especialização. 7 Figura 2: Técnicas de Manutenção Preditiva (BARONI, 2002) Radiações Ionizantes Raios X e Gamagrafia Energia Eletromagnética Partículas magnéticas Correntes parasíticas Inspeção Visual Endoscopia ou Boroscopia Detecção de Vazamentos Análise de óleos lubrificantes ou isolantes Viscosidade, Número de neutralização (acidez ou basicidade), Teor de água, Insolúveis, Contagem de partículas Metais por espectrometria por infravermelho Cromatrografia gasosa, Tensão interfacial, Rigidez dielétrica, Ponto de fulgor Ferrografia Ferrografia quantitativa Ferrografia analítica Ensaios Elétricos Corrente, Tensão, Isolação, Perdas dielétricas, Rigidez dielétrica, Espectro de corrente ou tensão Energia Acústica Ultrassom e Emissão acústica Fenômenos de Viscosidade Líquidos penetrantes Análise de Vibrações Nível global, Espectro de vibrações Pulso de choque Análise de Temperatura – Termometria Termometria convencional Indicadores de temperatura Pirometria de radiação Termografia Verificações de Geometria Metrologia convencional Alinhamento de máquinas rotativas Forças Células de carga, Teste de pressão Teste hidrostático, Teste de vácuo, Detecção de trincas 3.3. Máquinas elétricas Máquinas elétricas são dispositivos que transformam a energia proveniente de uma fonte primária em energia elétrica. As fontes primárias entregam à máquina energia mecânica ou trabalho, para que a mesma seja transformada em energia elétrica pela máquina. (WEG, 2003) O estudo acadêmico das máquinas elétricas envolve o estudo tanto dos geradores elétricos quanto dos motores elétricos. Os geradores elétricos convertem energia mecânica em energia elétrica e os motores elétricos, ao contrário, convertem energia elétrica em energia mecânica. Tanto os motores quanto os geradores caracterizam-se pela ocorrência de movimento em seu funcionamento. Tal movimento pode ser rotativo ou linear. (WEG, 2003) Todas as máquinas modernas estão baseadas na Lei de Indução ou de Faraday e utilizam o fato que um 8 campo magnético variável produz força eletromotriz, ou seja, tensão elétrica. (SEMEQ., 2003.) Podemos classificar as máquinas rotativas nos seguintes tipos: máquinas de corrente contínua e máquinas de corrente alternada (máquinas síncronas e assíncronas). (SEMEQ., 2003.) 3.3.1. Motores de corrente contínua Primeiramente a fim de revisar as fundamentações teóricas que levam ao desenvolvimento das técnicas de análise de motores, faz-se uma descrição sucinta das partes constituintes do mesmo, com foco voltado às suas possíveis falhas e características de manutenção. (WEG, 2003) 3.3.1.1. Partes constituintes e possíveis falhas Segundo (WEG, 2003), Basicamente o Motor de Corrente Contínua (Mcc) é constituído por: Rotor – parte girante da máquina, montada sobre o eixo central, construído de um material ferromagnético envolto em um enrolamento chamado enrolamento de armadura, o qual suporta alta corrente, e o anel comutador. Suas partes constituintes são: Rotor com enrolamento: centrado no interior da carcaça, é constituído por um pacote de chapas de aço silício laminadas, com ranhuras axiais na periferia para acomodar o enrolamento da armadura. Este enrolamento está em contato elétrico com lâminas do comutador. Quando esses enrolamentos apresentam curto-circuito ou são interrompidos o motor tende a falhar na sua partida ou sobreaquecer. Comutador: é o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor. O comutador é constituído de lâminas de cobre isoladas uma das outras por meio de lâminas de substância isolante (mica). Falhas no comutador, como a sua ovalização, presença de sujeira e montagem mecânica errônea, levam ao faiscamento (centelhamento) das escovas. Eixo: é o elemento que transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. A figura 3 mostra as partes principais do motor de corrente contínua. 9 a) Rotor b) Estator Figura 3: Partes Principais do Motor de Corrente Contínua (WEG, 2003) Estator – Parte estática da máquina, montada em volta do rotor, de forma que este possa girar internamente. É constituído de material ferromagnético envolto em um enrolamento de baixa potência, chamado de enrolamento de campo, que tem a função de produzir um campo magnético fixo, para interagir com o campo de armadura. O estator é formado por: Carcaça: é a estrutura suporte do conjunto. Tem também a finalidade de conduzir o fluxo magnético. Pólos de excitação: têm a finalidade de gerar o fluxo magnético. São constituídos de condutores enrolados sobre núcleos de chapas de aço laminadas, cujas extremidades possuem um formato que se ajusta a armadura e são chamadas de sapatas polares. Caso o seu circuito esteja interrompido o motor poderá não realizar sua partida, poderá rodar acelerado e/ou oscilar na presença de carga. Um curto-circuito provocará um sobreaquecimento no motor. Pólos de comutação (interpolo): são colocados na região interpolar e são percorridos pela corrente da armadura. Sua finalidade é compensar o efeito da reação da armadura na região de comutação, evitando o deslocamento da linha neutra da carga, reduzindo a possibilidade de faiscamento. Enrolamento de compensação: é um enrolamento distribuído na periferia da sapata polar e percorrido pela corrente da armadura. Sua finalidade é também compensar a reação da armadura, mas agora em toda a periferia do rotor, e não somente na região transversal. Evita o aparecimento de faíscas provocadas por 10 uma diferença de potencial entre as espiras, devido à distribuição não uniforme da indução no entreferro. Conjunto porta-escovas e escovas: o porta-escovas permite alojar as escovas e está montado de tal modo que possa ser girado para o ajuste da zona neutra. As escovas são compostas de material condutor e deslizam sobre o comutador quando este gira, pressionado por uma mola, proporcionando a ligação elétrica entre a armadura e o estator. Caso não estejam na zona neutra, podemos ter dificuldade para partir o motor. A figura 3 mostra o desenho de um motor de corrente contínua completo: Legenda: 1. Coroa 2. Pólo de excitação com enrolamento 3. Pólo de comutação com enrolamento 4. Porta escovas 5. Eixo 6. Pacote de chapas do rotor com enrolamento 7. Comutador 8. Rolamentos 9. Mancal 10. Caixa de ligações Figura 4: Partes Constituintes do Motor de Corrente (WEG, Características e Especificações de Motores de Corrente Contínua e Conversores CA/CC. , 2003) 3.3.2. Motores de corrente alternada Compõem-se de duas partes principais: estator e rotor. São assim denominados em função de sua tensão de 11 alimentação ser alternada e possui ampla utilização na indústria. (WEG., 1998) Estes motores podem ser divididos em motor síncrono, de indução com anéis e de indução em gaiola. Os motores de indução também são conhecidos por motores assíncronos. (WEG., 1998) 3.3.2.1. Motores síncronos São assim denominados porque o rotor gira com a mesma frequência da rede, ou seja, com velocidade fixa. Possuem maior rendimento em baixas rotações se comparado com um motor assíncrono e ampla faixa de velocidades (80 a 3.600 RPM). Sua aplicação só é viável para potências acima de 15.000 CV devido ao seu alto custo para potências mais baixas. (ALMEIDA, 1994) Suas aplicações são: na correção de fator de potência de instalações, serviços que exigem altos torques, como britadores, na mineração, na siderurgia (laminação), bombas, misturadores e processos de alta eficiência. (ALMEIDA, 1994) 3.3.2.2. Motor Assíncrono No motor Assicrono também chamado de indução a corrente alternada é fornecida diretamente ao estator, ao passo que o rotor recebe a corrente por indução, como em um transformador, a partir do estator. Quando a excitação é realizada por uma fonte trifásica equilibrada, um campo magnético é produzido no entreferro girando na velocidade síncrona. Essa velocidade é determinada pelo número de polos do estator e pela frequência ( f0 ) aplicada ao estator (Fitzgerald., Kingsley, & Umans, 2008) O rotor de uma máquina rotativa de indução trifásica pode ser de dois tipos: (i) motor de indução tipo gaiola de esquilo ou squirrel cage, no qual o rotor é composto de barras de material condutor, que se localizam em volta do conjunto de chapas do rotor, curto-circuitadas por anéis metálicos nas extremidades. Nesse tipo de motor a impedância rotórica é muito baixa. Característica boa durante o funcionamento do motor, regime permanente, mas péssima durante à partida, regime transitório. Nesse momento o escorregamento é de 100%, quando o eixo da máquina ainda está parado, a frequência no rotor é igual a da rede de alimentação do motor e o efeito indutivo é muito grande. Por esta razão, a corrente de partida fica muito elevada e defasada em relação a tensão, não produz potência ativa suficiente e por isso não produz torque capaz de partir à carga. (ii) motor de indução tipo rotor bobinado com anéis de escorregamento, no qual o rotor compreende um conjunto de bobinas que são terminadas em anéis de escorregamento (slip rings), onde uma impedância externa pode ser conectada. Mudando-se o valor da impedância conectada ao circuito do rotor, altera- se a curva velocidade versus corrente e a curva 12 velocidade versus torque. Este motor é utilizado primáriamente para partir com altas cargas ou altos torques, com velocidade máxima ( (Fitzgerald., Kingsley, & Umans, 2008)). A aplicação de tensão alternada nos enrolamentos do estator irá produzir um campo magnético variante no tempo, que devido à distribuição uniforme no enrolamento do estator irá gerar um campo magnético resultante girante, na velocidade síncrona ( ns ) à frequência da rede trifásica de alimentação ( f0 ) do motor. (Fitzgerald., Kingsley, & Umans, 2008) A velocidade síncrona do motor ( ns ) está relacionada com a frequência da rede de alimentação do motor ( f0 ), através do número de polos do motor ( p ), conforme indicado na equação (1). Nesta equação a constante 120 é usada para expressar a velocidade síncrona do motor ( ns ) em rotações por minuto (RPM): 𝑁𝑠 = 𝑓𝑜 ∗ 120 𝑝 Equação 1: Velocidade Sincrona O fluxo magnético girante no estator atravessará o entreferro e por ser variante no tempo induzirá tensão alternada no enrolamento trifásico do rotor. Como os enrolamentos do rotor estão curto-circuitados, essa tensão induzida fará com que circule uma corrente pelo enrolamento do rotor, que por consequência produzirá um fluxo magnético no rotor, que tentará se alinhar com o campo girante do estator, produzindo desta forma um movimento de rotação no eixo do motor (Fitzgerald., Kingsley, & Umans, 2008) A Figura 5 apresenta uma foto de um rotor tipo bobinado com anéis de escoregamento (slip ring). Figura 5: Rotor tipo bobinado com anéis de escorregamento. (BALU, 2009) 3.3.2.2.1. Características de Falhas em Maquinas Rotativas de Indução As máquinas rotativas de indução são robustas e consideradas tolerantes a falhas. O seu principal 13 representante é o motor elétrico trifásico de indução, rotor tipo gaiola de esquilo, que é basicamente composto de um estator, de um rotor e um eixo. A Figura 5 apresenta a foto de um rotor de indução tipo gaiola de esquilo ou squirrel cage. O estator é composto de chapas finas de aço magnéticas tratadas térmicamente para reduzir ao mínimo as perdas por correntes parasitas e histerese. Estas chapas têm o formato de um anel com ranhuras internas de tal maneira que possam ser alojados os enrolamentos, que por sua vez, quando em operação deverão criar um campo magnético no estator. Figura 6: - Rotor tipo gaiola de esquilo ( Pacheco, 2007) O rotor também é constituído por um núcleo de chapas de aço silício, isolados entre sí, sobre o qual são colocados condutores, dispostos paralelamente entre si e unidos nas suas extremidades por dois anéis que curto-circuitam os condutores. A Figura 6 ilustra os componentes de um motor trifásico de indução. Para potências de até 500 CV o rotor mais usado é o do tipo gaiola de esquilo ou squirrel cage no qual não existe contato elétrico entre o rotor e o exterior. Embora os motores de indução sejam bem construídos e robustos, a possibilidade de falhas é inerente. As falhas em motores de indução podem ser divididas em falhas mecânicas e falhas elétricas. As origens dessas falhas podem ser internas, externas ou conforme o ambiente de operação do motor. Segundo [KAZZAZ et al, 2003] as fontes de falhas em motores de indução e suas principais origens podem ser classificadas, conforme mostra a Figura 7. 14 Figura 7: Componentes de um motor trifásico de indução (WEG., 1998) Figura 8: Fontes de falhas em motores de indução 3.4. Modos potenciais de falhas de motores elétricos De origem elétrica, em motores CA, os modos potenciais de falha são: desbalanceamentos entre fases, curto entre fases, baixa isolação, barras quebradas – rotor/estator, sobrecarga, mau contato das conexões da caixa de ligação e passagem de corrente elétrica pelos mancais. De origem elétrica, em motores CC, os modos potenciais de falha são: problemas com inversor de frequência, problemas nas escovas, centelhamento das escovas, problemas em anéis, curto entre fases, baixa isolação, sobrecarga, tiristor aberto, passagem de corrente elétrica pelos mancais e problemas com inversor de frequência. (Spanner, 2009) De origem mecânica, tanto em motores CC quanto CA, os modos potenciais de falha são: 15 rolamentos, lubrificação, folgas na tampa, desalinhamentos das tampas, eixos empenados ou trincados, desbalanceamentos mecânicos, base, pá quebrada ventilador e folga da chaveta. (Spanner, 2009) Figura 9: : Percentuais de Falhas x Partes dos Motores (SIQUEIRA, 2005) 3.4.1. Falhas elétricas e seus espectros Freqüência de alimentação – (Fal) – É a freqüência elétrica – 50 Hz Freqüência de rotação – (Frt) – É a freqüência real com que o motor está girando, depende da carga que está aplicada. Freqüência do campo magnético (Fcm) – É a freqüência de alimentação dividida pelo numero de pólos do motor Fcm = Fal n º polos Freqüência de escorregamento (Fes) – O rotor do motor não gira com velocidade síncrona, mas escorrega para trás no campo girante. A freqüência de escorregamento é a diferença entre velocidade síncrona e a velocidade do rotor. A Fes é calculada multiplicando a freqüência de alimentação pelo escorregamento do motor, que é calculado por: S = Ns − Nm Ns 16 3.4.1.1. Falha no estator Problemas no estator geram vibração alta em 2X a frequência da linha (2FL=120Hz).Problemas no estator produzem um espaço vazio estacionário desigual entre o Rotor e o Estator, o que produz uma alta vibração bem definida em frequência. O Air Gap Diferencial (Entre-ferro) não deve exceder 5% para motores de indução e 10% para motores síncronos. Pés amortecidos ou basesisoladas podem acarretar a excentricidade do estator. O ferro solto é devido à fragilidade ou a folga do suporte do estator. Lâminas do estator curto- circuitadas podem causar aquecimentolocalizado irregular, o que pode fazer curvar o eixo do motor,produzindo vibração induzida termicamenteque pode crescer significativa mente aolongo do tempo de operação. Figura 10: Espectro de Falha no estator. 3.4.1.2. Rotores excêntricos Rotores excêntricos produzem um Air Gap (entre-ferro) entre o rotor e o estator que induz à vibração pulsante (normalmenteentre 2 FL e o harmônico da velocidade de operação mais próximo). Muitasvezes exige um "zoom"do espectro paraseparar 2FL e harmônicos da velocidade de operação. Rotores excêntricos geram 2 FL cercado debandas laterais de Passagem de Polo (FP), bem como bandas laterais emvolta da velocidade de operação. A própria FP aparece em frequência baixa (Freqüência de Passagem de Polo = Freqüência de Escorregamento X No.de Pólos). Valores comuns de FP vão deaproximadamente 20 a 120 CPM (.30 a 2.0Hz). 17 Figura 11: Rotores excêntricos 3.4.1.3. Anéis de Curto e/ou Barras de Rotor trincadas Anéis de Curto e/ou Barras de Rotor trincadasou quebradas, Soldas ruins entre Barras eAnéis em curto, ou Laminas do Rotor Curto- circuitadas, produzirãoalta vibração na velocidade de operação 1X com bandas laterais iguais à Frequência de Passagem de Pólo (FP) ou 2X Frequência de Sincronismo. Além disso, Barras de Rotor quebradas gerarão muitas vezes bandas laterais (FP ou 2Fs) em volta do terceiro, quarto equinto harmônicos davelocidade de operação. Barras do rotor frouxassão indicadas por bandaslaterais de espaçamento igual à 2x Frequência da Linha (2FL) em torno da Frequência de Passagemde Barras do Rotor (RBPF) e/ou seus Harmônicos (RBPF =Número de Barras x RPM). Muitas vezes causará níveis altos em 2X RBPF, (com apenas uma pequena amplitude em 1X RBPF). 3.4.1.4. Conectores frouxos ou partidos Problemas de Fase devidos a conectores frouxos ou partidos podem causar uma vibração excessiva em 2X da Frequência da Linha (2 FL), a qual terá bandas laterais em sua volta em 1/3 da Frequência da Linha polegada/segundo se oproblema (1/3 FL). Níveis em 2FL poderão ultrapassar 1.0 não for corrigido. Isto será particularmente problemático 18 se o conector defeituoso o fechar e abrir contato periodicamente. Figura 12: Problemas de Fase 3.4.1.5. Bobinas do Estator frouxas Bobinas do Estator frouxas, em motores síncronos, gerarão nitidamente altavibração na Frequência de Passagem daBobina (CPF), que é igual ao Número deBobinas do Estator x RPM (No. Bobinas do Estator = No. Pólos x No. Bobinas/Pólo). A Frequência de Passagem da Bobina terá em sua voltabandas laterais de 1X RPM. Figura 13: Bobinas Frouxas 3.4.2. Falhas mecânicas e seus espectros Nesse tópico, serão apresentados conceitos das principais falhas mecânicas e suas respectivas detecções em gráficos espectrais FFT, serão abordadas: • Falhas por desalinhamento. • Falhas por desbalanceamento. • Falhas por folgas mecânicas. • Falhas em mancais de rolamento. 3.4.2.1. Desalinhamento em máquinas Segundo (MAIS, 2002), o desalinhamento pode ser definido como sendo a não coincidência entre o eixo de simetria de dois eixos colineares, sendo gerado quando eixos, acoplamentos ou rolamentos não são devidamente alinhados ao longo de suas linhas de centro geométricas. Os tipos de desalinhamento são: angulares, paralelos ou a 19 combinaçãode ambos. Desalinhamentos angulares em acoplamentos ocorrem quando os eixos acoplados formam um ângulo, de modo que induza forças de flexão. Já desalinhamentos paralelos ocorrem quando as linhas de centro geométricas dos eixos são paralelas, porém deslocadas entre si. Na maioria dos casos, ocorrem a combinação de ambos os tipos (MAIS, 2002). Os desalinhamentos em acoplamentos estão representados a partir das figura 14. Figura 14: Gráficos espectrais FFT indicando falhas de desalinhamentos angulares e paralelos Fonte: (SKF, 2000) 3.4.2.1.1. Causas e efeitos de desalinhamento • Instalação incorreta: montagem inadequada dos componentes da máquina, podendo causar desalinhamentos. • Alinhamento impreciso: procedimento de alinhamento impreciso. • Forças transmitidas: desalinhamento gerado por forças transmitidas por tubulações ou suportes. • Fundação e base da máquina: irregularidades da fundação da máquina ou pé manco. • Vibrações: o desalinhamento causa vibrações radiais e axiais excessivas (MAIS, 2002). • Rigidez: afrouxamento dos parafusos da fundação, afrouxamento ou quebra dos parafusos do acoplamento (BLOG DA MECÂNICA, 2010). 20 • Eixo: eixos quebram ou trincam na região, ou próximo, dos mancais e acoplamentos (BLOG DA MECÂNICA, 2010). • Rolamento: o desalinhamento dos eixos faz com que o rolamento suporte uma carga maior do que o especificado em projeto, podendo causar uma falha precoce desse elemento (MAIS, 2002). Além disso, usualmente os rolamentos utilizados nas máquinas são osrígidos de esferas, que não são projetados para suportar cargas axiais. • • Acoplamento: o desalinhamento pode causar superaquecimento nos acoplamentos, o que pode levar ao ressecamento das partes de borracha que são utilizadas nesses elementos para amortecer esforços. Portanto, pode ocorrer um alto número de falhas oudesgaste nesse elemento pelo calor excessivo por fricção. Motores elétricos: o desalinhamento dificulta a partida de motores elétricos, pois exige maior consumo de energia elétrica. Portanto, essa condição pode causar problemas no dimensionamento dos dispositivos de proteção. Além disso, um motor elétrico com o eixo desalinhado consome mais energia para transferir a mesma potência na condição nominal de funcionamento. O correto alinhamento pode reduzir o consumo de energia em até 15%. 3.4.2.1.2. Diagnóstico de desalinhamento por análise de vibração Em análise de vibração, os diagnósticos de problemas associados aos desalinhamentos geram características próprias e vão depender do tipo, angular ou paralelo, que está ocorrendo na máquina. Desalinhamentos são falhas mecânicas que ocasionam vibrações em baixa frequência, isto é, frequências próximas da rotação da máquina. São detectados nos gráfico espectrais de velocidade em 1xRPM (SKF, 2000). A figura 40 representa o gráfico espectral FFT típico de problemas associados à desalinhamentos 3.4.2.2. Desbalanceamento em máquinas O desbalanceamento ocorre quando há concentração de massa em um determinado ponto em torno do eixo de rotação de um corpo rígido. Essa concentração de massa altera o centro de gravidade do corpo rígido, afastando o eixo principal de inércia do eixo de rotação (SILVA, 2012). Desbalanceamento é a condição na qual o centro de massa não coincide com o centrode rotação (MAIS, 2002). 21 Quando em rotação, um conjunto desbalanceado gera forças centrífugas, vibrações eruídos, que se intensificam com o aumento da rotação ( (SYSTEMS, 2000) Existem três tipos principais de desbalanceamento: estático, acoplado e dinâmico (SYSTEMS, 2000)): 3.4.2.2.1. Causas e efeitos do desbalanceamento O desbalanceamento acaba reduzindo a vida útil dos componentes das máquinas, como os mancais, rolamentos, eixos, carcaças e fundações. Além disso, estão envolvidos aspectos de segurança, onde pode ocorrer o afrouxamento ou soltura de parafusos de uma máquina. No geral, o desbalanceamento pode reduzir significativamente a segurança operacional de uma máquina. Estudos mostram que pelo menos 50% dos problemas de vibrações detectados em máquinas são causados pelo desbalanceamento (ROISIN, 2007). Segundo Roisin (2007), a condição de desbalanceamento pode provocar fraturas por fadiga nas peças girantes da máquina, especialmente se a mesma passa por frequências ressonantes. Alguns elementos de máquinas como parafusos, pinos e chavetas podem ir se soltando aos poucos em função da vibração excessiva, podendo acarretar em componentes trabalhando com folga ou até mesmo comprometer a segurança e ocasionar quebras catastróficas. 3.4.2.2.2. Diagnóstico do desbalanceamento por análise de vibração Em análise de vibração, os problemas associados à desbalanceamentos geram características próprias dependendo do tipo, estático ou acoplado, que está ocorrendo na máquina. Desbalanceamentos causam vibrações em baixa frequência, isto é, frequências próximas da rotação do equipamento. São detectados nos gráfico espectrais FFT do parâmetrode velocidade (SYSTEMS, 2000) Os desbalanceamentos estáticos causam grandes vibrações na direção radial (em fase ao longo do eixo), com elevadas amplitudes próximas da frequência de rotação da máquina (1X RPM) (SYSTEMS, 2000) Os desbalanceamentos acoplados geram vibrações similares aos estáticos, porém, ocorrem tanto na direção radial como axial (com 180º fora de fase ao longo do eixo). Nesse caso, existirá uma diferença de fase de aproximadamente 180º nos mancais, tanto na direção horizontal como vertical (SYSTEMS, 2000) 22 Para desbalanceamento de rotores em balanço, a vibração ocorre tanto na direção radial como axial, sendo que as leituras axiais tendem a estar em fase, enquanto que as radiais podemestar instáveis ao longo do eixo (SYSTEMS, 2000). De acordo com SKF (SYSTEMS, 2000) para ambos os tipos de desbalanceamento, ao aumentar a velocidade da máquina, aumenta-se também a amplitude de vibração de forma quadrática De acordo com (MAIS, 2002)), os gráficos relacionados à condição de desbalanceamento puros não severos não apresentam picos de amplitude nos harmônicos da frequência de rotação (2X RPM ou mais), o que pode diferenciar essa falha de outras, como desalinhamento. As figuras 41 e 42 representam os gráficos espectrais FFT típicos de problemas associados aos desbalanceamentos. 3.4.2.3. Folgas em componentes mecânicos As folgas mecânicas indesejadas, encaixes impróprios, falta de rigidez entre os componentes de uma máquina podem surgir de sua fabricação ou pela montagem, desgastes, deformações, forças a que são submetidas em operação. Essa condição é responsável por causarvibrações características que são detectadas em análise de vibração mecânica (MAIS, 2002). 4.3.2.1. Diagnóstico de folgas mecânicas por análise de vibração Em análise de vibração, os problemas associados às folgas mecânicas tem características próprias e dependem do tipo de espectro, isto é, A, B ou C, que está ocorrendo na máquina (SKF, 2000). As folgas mecânicas são caracterizados por serem falhas mecânicas de baixa frequência, pois normalmente geram vibrações em frequências próximas da rotação da máquina. São detectadas nos gráficos espectrais FFT do parâmetro velocidade (SYSTEMS, 2000). De acordo com (SYSTEMS, 2000), as folga estão associadas três tipos distintos: • Tipo A: caracterizada por falta de rigidez por folgas estruturais, causada por fragilidade estrutural nos pés, base ou fundação da máquina, também pela deterioração do apoio ao solo, folga de parafusos que sustentam a base e distorções da armação ou base da 23 máquina (pé frouxo por exemplo). • Tipo B: caracterizada por falha de fixação, geralmente causado por parafuso de fixação solto, folgas em chumbadores, trincas no pé, mancal ou em uma das bases. Usualmentechamado de pé manco. • Tipo C: causada por ajuste impróprio entre componentes para forças dinâmicas do rotor. Provoca o truncamento da forma de onda no tempo. Geralmente, ocorre por ajuste impróprio entre o anel externo do rolamento e caixa do mancal ou anel interno e eixo, tambémpor folga excessiva em buchas ou rotor solto com folga em relação ao eixo. As folgas do tipo A causam grandes vibrações na direção radial com elevadas amplitudes próximas da frequência de rotação (1X RPM). Haverá inversão de fase de 180º entre as medições verticais do pé e base metálica em comparação com as medições da base de concreto (SYSTEMS, 2000). As folgas do tipo B causam grandes vibrações na direção radial com elevadas amplitudes próximas da frequência de rotação (1X RPM) e tipicamente no segundo (2X RPM) e terceiro harmônico (3X RPM) da rotação, aparecendo também os sub-harmônicos (0.5X RPM) e (1.5X RPM) da rotação, sendo a maior amplitude normalmente no segundo harmônico (SYSTEMS, 2000). Folgas do tipo C são tipicamente identificadas como grandes vibrações na direção radial com elevadas amplitudes próximas da frequência de rotação (1X RPM) e em múltiplos harmônicos da rotação, como (2X RPM), (3X RPM), (4X RPM), (5X RPM), (6X RPM), (7X RPM) e (8X RPM) por exemplo. Também originam múltiplos sub-harmônicos em 1/2 ou 1/3 da rotação, como (0.5X RPM), (1.5X RPM) e (2.5X RPM). Além disso, a medição de fase é geralmente instável e pode variar bastante de uma medição para outra, sendo altamente direcional e com grande diferença de leitura se comparados os níveis com acréscimo de 30º na direção radial ao redor da caixa de mancal (SYSTEMS, 2000). Comumente, em folgas do tipo C verifica-se a maior amplitude na frequência de (2X RPM) e tende a decair conforme aumenta-se a frequência, ou seja, maiores harmônicos da rotação (1X RPM) apresentam menores amplitudes (MAIS, 2002). A figura 43 representa os gráficos espectrais FFT típicos de problemas associados às folgas do tipo A, B e C. Na figura 44, observa-se um gráfico espectral FFT contendo elevadas amplitudes em múltiplos harmônicos, portanto, é possível associá-lo com folgas mecânicas. 24 3.4.2.4. Mancais de rolamento Segundo (NORTON, 2013) Os rolos são conhecidos desde tempos ancestrais como meio de mover objetos pesados, e há evidências do uso de mancais de esferas no século I a.C.; mas foi somente no século 20 que materiais melhores e tecnologia de manufatura permitiram que fossem feitos mancais precisos de elementos rolantes. De acordo com Norton (2013), o desenvolvimento de turbinas a gás para aviões influenciaram na evolução da tecnologia dos rolamentos, uma vez que exigia tecnologia para fabricação de mancais para velocidades mais altas, com resistência a temperaturas maiselevadas e baixo atrito. A definição do termo mancal, segundo (NORTON, 2013), se aplica quando “duas partes têm movimento relativo, elas constituem um mancal por definição, sem levar em conta sua forma ou configuração”. O autor afirma que esses componentes podem rolar, escorregar, ou realizar ambos simultaneamente, além de normalmente necessitar de lubrificação para reduzir o atrito e remover o calor. Os mancais de rolamento possuem elementos rolantes, normalmente esferas de aço endurecidas ou rolos mantidos entre pistas de aço endurecido, sendo utilizado para permitir atrito muito baixo. Mancais de elementos rolantes são tipicamente selecionados através de catálogos de fabricantes para diferentes aplicações de acordo com a carga, velocidade e a vida especificada. Com relação às direções dos esforços, esses mancais podem resistir a cargas radiais, axiais ou a uma combinação de ambas (NORTON, 2013). No geral, os mancais de rolamento podem ser agrupados em dois diferentes grupos de acordo com o elemento rolante, mancais de esferas e rolos, ambos com muitas variações dentrodessas divisões (NORTON, 2013). Mancais com elementos rolantes de esferas são mais adequados para aplicações pequenas e de alta velocidade. Em contrapartida, em sistemas grandes sob cargas pesadas, mancais de rolos têm a preferência (NORTON, 2013). Dentre outras aplicações, se há risco de desalinhamento entre eixo e alojamento, rolamentos auto compensadores são necessários e recomendados. Rolamentos de rolos cônicos podem ser empregados para lidar com cargas pesadas nas direções radiais e axiais 25 em velocidades moderadas. Para situações com grandes cargas radiais e axiais em alta velocidade,rolamentos de esferas de pista profunda são os melhores (NORTON, 2013). Nos mancais de rolamento, os elementos rolantes mais empregados são esferas, rolos, cones, agulhas. São geralmente fabricados de uma liga de aço cromado especial de alta pureza, também são utilizados materiais especiais como cerâmica e plásticos (NSK MOTION & CONTROL, 2017). Os elementos rolantes rolam entre as pistas (externa e interna) de rolamento, formadas por anéis ou discos e são mantidos separados e guiados pela gaiola. A gaiola, por sua vez, é responsável por manter os elementos rolantes equidistantes e guiá-los, sendo os materiais mais utilizados para sua confecção aço, latão e plástico (NSK MOTION & CONTROL, 2017). A figura 15 ilustra a vista explodida de um rolamento de esferas, sendo os seus componentes: proteção, pista interna, esferas, gaiola e pista externa. Figura 15: Vista explodida com os componentes de um rolamento 3.4.2.5. Defeitos em mancais de rolamento Muitas vezes, falhas em mancais de rolamento é resultado de falhas secundárias em outros componentes da máquina ou lubrificação, que acaba danificando os rolamentos. Portanto, assim que detectadas as falhas nos rolamentos, deve-se automaticamente procurar por outras falhas (secundárias) como um desalinhamento ou desbalanceamento que pode ter sido o gatilho para a falha do rolamento (MAIS, 2002). 26 Segundo (MAIS, 2002), as falhas de rolamentos podem ter sua origem na lubrificação contaminada ou inefetiva, sobrecargas, montagem ou operação incorreta do equipamento, idade avançada (fadiga subsuperficial), passagem de corrente indevida, falso brinelamento porvibrações de máquinas adjacentes ou transporte incorreto. De acordo com (NORTON, 2013), se a lubrificação for eficiente e limpa, a falha nos rolamentos será causada por fadiga superficial. O autor afirma que a falha está próxima de ocorrer quando a pista ou elementos rolantes exibirem a primeira vala. Normalmente, a pista é o primeiro componente a falhar e, a partir daí, o mancal emite um aviso audível através de vibração e ruído. Mesmo a partir da falha, o rolamento pode continuar operando, porém, a superfície continuará a se deteriorar e o barulho e vibração aumentarão, resultando, mais cedo ou mais tarde, em fragmentação ou fratura do elemento rolante (NORTON, 2013). Em análise de vibração, a técnica utilizada para detectar as falhas de rolamento em estágio inicial é o parâmetro chamado de envelope de aceleração. Isso possibilita tempo suficiente para corrigir a causa do problema no rolamento e possivelmente estender sua vida ou mesmo temposuficiente para planejar a troca do rolamento (MAIS, 2002). Entretanto, os parâmetros de velocidade e aceleração também detectam as falhas de rolamento, porém já em estágio avançado, normalmente quando resta menos de 10% da vida residual do rolamento (MAIS, 2002). A identificação antecipada de condições desfavoráveis como lubrificação inadequada ou desalinhamentos são de extrema importância, pois permite ao analista aplicar ações corretivas e prolongar vida em serviço do rolamento (SKF CONDITION MONITORING, 2000). O início da deterioração normalmente acontece muito cedo, quando as pistas começam a se desgastar e desenvolver microcavidades na zona de carga do rolamento. As microcavidades, por sua vez, usualmente não reduzem a vida operacional, porém, são boas indicações de que a progressão para o estágio 1 de falha de rolamento é iminente (SKF CONDITION MONITORING, 2000). O rolamento no primeiro (1º) estágio de falha ainda é um “bom” rolamento. Porém, ao passar do tempo nesse estágio, as microcavidades resultam na degeneração do rolamento até o ponto onde se desenvolvem cavidades muito pequenas nas pistas. A partir dessa condição, esses pequenos defeitos nem sempre geram impactos com força suficiente para gerar sinais de vibração mensuráveis para tecnologias comuns (SKF CONDITION MONITORING, 2000). O 27 rolamento no segundo (2º) estágio de falha já se encontra com algum dano, porém, ainda não necessidade da troca nesse estágio. De forma geral, se retirados nesse estágio de falha, o único dano aparente seriam diminutas descamações nas pistas. Em termos de análise de vibração, na medida que os harmônicos se desenvolvem e aumentam de amplitude, é recomendado o aumento da frequência de coleta de dados de vibração (SKF CONDITION MONITORING, 2000). O rolamento no terceiro (3º) estágio de falha já está chegando em seu estado terminal, sendo recomendada a sua troca o mais cedo possível. Em análise de vibração, os gráficos espectrais FFT mostram que a frequência fundamental de defeito e seus harmônicos começam a apresentar bandas laterais na velocidade de rotação do eixo (SKF CONDITION MONITORING, [200-?]). Já quando os rolamentos entram no quarto (4º) de falha suas vidas residuais são extremamente curtas e requer ação corretiva imediata (SKF CONDITION MONITORING, 2000). 3.4.2.5.1. Falhas detectadas por análise de vibração em mancais de rolamento Dada a natureza das frequências de defeito em rolamentos, elas ocorrem em frequências muito mais altas e amplitudes muito mais baixas em relação a outras falhas mecânicas como desbalanceamento ou folgas. Para rolamentos, é de extrema importância avaliar os gráficos espectrais FFT e relacioná-los às frequências de defeito dos rolamentos (MAIS, 2002). Rolamentos com defeito geram séries de choques que se repetem de forma periódica. Por exemplo, vamos considerar que um rolamento possui um pequeno defeito em sua pista externa. Cada vez que o elemento rolante passa sobre o defeito, têm-se um choque entre a superfície defeituosa e a superfície do elemento rolante. Caso um rolamento possua 8 esferas, cada rotação gera 8 choques sobre o defeito. Admitindo que o espaçamento entre os elementos rolantes são iguais, esses choques são repetidos periodicamente. Os choques são de curtíssima duração e repetem-se em baixa frequência, excitando frequências de ressonância (alta frequência) do mancal ou da estrutura onde o rolamento está montado (SKF SERVICE, 2000). Esse fenômeno se aplica a todos os componentes do rolamento, isto é, pista externa e interna, gaiola e esferas, sendo que cada componente defeituoso produzirá tais choques em frequências características (SKF SERVICE, 2000). 28 Essas frequências podem ser calculadas em função das características geométricas do rolamento, através das equações expressas abaixo (MAIS, 2002): 3.4.2.5.1.1. Cálculo da frequência de defeito dos rolamentos As frequências supracitadas relacionam-se com as frequências de defeito de rolamento através das relações expressas a seguir (MAIS, 2002): Frequências de defeito nos rolamentos Dos termos representados na imagem acima, BPFO indica defeitos no anel externo, BPFI indica defeitos no anel interno, BSF indica defeitos no elemento rolante e FTF indica defeitos na gaiola do rolamento (SYSTEMS, 2000) Desse modo, pode-se diagnosticar os defeitos de um rolamento comparando a medição de vibração com as frequências de defeito do mesmo (BPFI, BPFO, FTF e BSF) (SYSTEMS, 2000) 29 Rolamentos em primeiro (1º) estágio de falha apresentam frequências ultrassônicas na faixa aproximada de 20.000 à 80.000 Hz, sendo detectadas apenas por tecnologias como Spike Energy (gSE), HFD e Shock Pulse (dB). Pode-se observar a presença de picos de baixa amplitude na frequência de rotação (1X RPM) e em seu segundo (2X RPM) e terceiro harmônico (3X RPM) no espectro (SYSTEMS, 2000). Na figura 43 pode-se observar, esquematicamente, o gráfico espectral FFT indicando falha de rolamento em 1º estágio. No segundo (2º) estágio de falha, surgem pequenos defeitos nos rolamentos que excitamas frequências naturais (Fn) dos componentes do rolamento, em uma faixa de frequência entre 30.000 e 120.000 RPM, onde frequências de bandas laterais aparecem acima e abaixo do picode frequência natural ao fim desse estágio (SKF SERVICE, 2000). Na figura 45 pode-se observar, esquematicamente, o gráfico espectral FFT indicando falha de rolamento em 2º estágio. No terceiro (3º) estágio de falha, é possível visualizar no espectro as frequências de defeitos de rolamentos (BPFI, BPFO, FTF e BSF) e seus harmônicos. À medida que o desgaste do rolamento aumenta, aparecem mais harmônicos da frequência de defeito do rolamento e também crescem o número de bandas laterais em torno dessas frequências e também em torno das frequências naturais dos componentes (Fn) do rolamento. Nesse estágio, o desgaste do rolamento é visível e pode se estender pela periferia do mesmo, sendo recomendada sua (SYSTEMS, 2000) Na figura 46 pode-se observar, esquematicamente, o gráfico espectral FFT indicandofalha de rolamento em 3º estágio. No quarto (4º) estágio de falha, que é próximo ao final da vida do rolamento, aparecem no espectro elevadas amplitudes na frequências de rotação e harmônicos. Além disso, as frequência de defeito de rolamentos e seus harmônicos, bem como as frequências naturais dos componentes (Fn), desaparecem e surge um sinal aleatório ou randômico em frequências altasde banda larga (SYSTEMS, 2000). Na figura 47 pode-se observar, esquematicamente, o gráfico espectral FFT indicando falha de rolamento em 4º estágio. As figuras 48 a 50 representam falhas de rolamentos em 3º estágio, observa-se elevadasamplitudes nas frequências de defeito de rolamento e harmônicos. 30 3.4. Analise De Vibração Vibração é a oscilação de um corpo sobre um ponto de referência decorrente de uma determinada força. Existem alguns conceitos fundamentais sobre vibrações que devem ser entendidos de maneira clara, evitando interpretações e afirmações que não correspondem à realidade. (LEONARD & T., 1998) Dentre os movimentos vibratórios pode-se citar o movimento dos pêndulos, das cordas de instrumentos musicais, corpos em movimentos e, inclusive os átomos que constituem os sólidos e que vibram em torno de posições fixas na rede cristalina. Na indústria as vibrações ocorrem em máquinas girantes e alternativas, acoplamentos, redutores, estruturas etc. (LEONARD & T., 1998) 3.4.1. Caracterização do fenômeno Vibração mecânica é o fenômeno observado quando uma partícula executa movimentos em torno de uma posição de equilíbrio. Existem várias maneiras de definir movimento vibratório através de expressões matemáticas que podem ser bastante simples, assim como de alta complexidade. Fisicamente, o fenômeno de vibração é o resultado da troca de energia entre dois depósitos de um mesmo sistema. Quando há troca de energia cinética em energia potencial e vice-versa, aparece a vibração. (LEONARD & T., 1998) Figura 16: Pêndulo e Onda no Tempo (LEONARD & T., 1998) 31 A equação fundamental da vibração é: Vibração = f (excitação, mobilidade) Daí, podemos inferir: • Excitação: movimento normal (rotativo, alternativo), desbalanceamentos e choques. • Mobilidade: folgas e rigidez. (LEONARD & T., 1998) 3.4.2. Grandezas físicas da vibração As grandezas físicas da vibração são: frequência, amplitude e fase. • Frequência é o número de ciclos que um evento acontece em um determinado período, medidos na unidade Hz - Hertz. (LEONARD & T., 1998) A investigação dos sinais através da frequência é a técnica fundamental no diagnóstico de vibrações. A análise da frequência facilita o trabalho para detecção de fontes de vibrações. (LEONARD & T., 1998) Figura 17: Demonstração de Onda no Tempo e em FFT e os Pontos de Medição (LEONARD & T., 1998) A análise de frequência é representada com o parâmetro escolhido para a medição em função da frequência conforme figura 9. (LEONARD & T., 1998) • Amplitude é a intensidade que acontece um determinado evento mostrando a criticidade e a destrutividade dos eventos presentes. É plotado no eixo Y cartesiano. (LEONARD & T., 1998) Figura 18: Representação de uma Amplitude (LEONARD & T., 1998) 32 • Fase: Informa o ângulo em que o sinal se apresenta através da reação física da máquina ou componente. Em máquinas rotativas tem-se o seguinte evento: em um ponto de referência da máquina existe a atuação da força num determinado instante “t e para toda ação existe uma reação igual e contrária. A força de ação é em movimento e quando ocorrer à reação, o ponto forçante não estará no ponto de referência. (LEONARD & T., 1998) Figura 19: Representação de uma Fase (LEONARD & T., 1998) 3.4.3. Nível de vibração O nível de vibração de um espectro, em função do tempo, pode ser medido em valor Pico a Pico, valor de Pico e valor RMS - Root Mean Square. Figura 20: Representação de Nível de Vibração (LEONARD & T., 1998) O valor Pico a Pico indica o percurso máximo da onda, é o maior ciclo, usado para identificar a falha no estágio prematuro e também para seu estágio avançado, não leva em consideração o histórico no tempo da onda. (LEONARD & T., 1998) O valor de Pico é utilizado para identificar choques de curta duração, porém, indica somente a ocorrência do pico, não levando em consideração o histórico no tempo da onda. (LEONARD & T., 1998) 33 O valor RMS é a medida de nível mais relevante, porque leva em consideração o histórico da onda no tempo e registra a severidade da energia contida no sinal, e, portanto, à capacidade destrutiva da vibração. • Pico a Pico = 20; Pico = 10 e RMS = 1,5 • Pico a Pico = 20; Pico = 10 e RMS = 7 • Pico a Pico = 40; Pico = 25 e RMS = 1,3 3.4.4. Parâmetros de vibração Os parâmetros para medir os níveis de vibração são: deslocamento, velocidade ou aceleração. Observando a vibração de um componente simples, como uma lâmina fina, considera-se a amplitude da onda, como sendo o deslocamento físico da extremidade da lâmina, para ambos os lados da posição de repouso. (BARONI, 2002) 34 Todas as três representam ‘o quanto’ o equipamento está vibrando. A frequência é a outra variável de importância, que ajuda a identificar a origem da vibração, ou seja, o que está causando a vibração e, finalmente a fase indica onde o ponto pesado se encontra em relação ao sensor de vibração. (BARONI, 2002) Qualquer que seja o parâmetro considerado, deslocamento, velocidade ou aceleração, a forma e o período de vibração permanecem similares. A divergência principal é que existe uma diferença de fase entre os três parâmetros. (BARONI, 2002) Figura 21: Representação da Defasagem dos Parâmetros de Vibração Os parâmetros de vibração são universalmente medidos em unidades métricas de acordo com as recomendações da ISO, sendo: Deslocamento: m, mm, µm. Velocidade: m/s, mm/s. Aceleração: m/s², km/s². 3.4.5. Escolha do parâmetro de vibração O sensor de vibração utilizado numa medição de vibração é o que transforma o sinal de vibração mecânica em sinal elétrico, para interpretá-lo através do equipamento de medição ou software. 35 (BARONI, 2002) Os equipamentos medidores de análise de vibração estão equipados para medir todos os três parâmetros, convertendo (através de integradores eletrônicos) o sinal medido pelo sensor, no parâmetro escolhido pelo usuário. Assim somente precisa decidir qual parâmetro utilizar numa medição de vibração. (BARONI, 2002) Cada parâmetro tem um comportamento característico em função da frequência, conforme mostra a figura 27. Figura 22: Representação de Deslocamento, Velocidade e Aceleração Segundo (BARONI, 2002), o deslocamento evidencia as energias de vibrações que ocorrem em baixa frequência (até 10 Hz, ou seja, 600 RPM). O deslocamento é utilizado para a identificação de desbalanceamento em partes de máquinas rotativas com amplitudes elevadas na frequência de rotação de um eixo. Devido a isto, o balanceamento de campo apresenta bom desempenho até 20 Hz (1.200 RPM) e eventualmente até 30 Hz (1.800 RPM), dependendo da rigidez do sistema. Segundo (BARONI, 2002) , a velocidade de vibração é o parâmetro menos influenciado por ruídos de baixa ou alta frequência, se mostrando num espectro a mais aplainada das curvas, sendo, por isso, o parâmetro normalmente escolhido para avaliação da severidade de vibração entre 10 Hz e 1.00 Hz dos seguintes problemas: • Falta de rigidez mecânica. • Desbalanceamento. 36 • Desalinhamento paralelo e angular. • Empenamento. • Folgas. • Desgastes em acoplamentos. • Passagem de pás. • Problemas elétricos (ex: escorregamento). Segundo (BARONI, 2002), a aceleração de vibração é o parâmetro que representa melhor os componentes de alta frequência, ou seja, é a rapidez que a velocidade de um corpo varia. Como a própria velocidade é uma rapidez, pode-se dizer que é velocidade da velocidade. Sua aplicação é recomendada na monitoração de frequências entre 1.000 Hz e 10.000 Hz para identificar os seguintes problemas: • Engrenamento. • Falhas de rolamento. • Cavitação. • Problemas elétricos (ex: frequências de ranhuras). Fator de Crista – um procedimento típico de avaliar a condição de deterioração de rolamento é verificar a curva de tendência por fator de crista. O fator de crista é definido como sendo a relação entre o valor de pico e o seu correspondente valor RMS. (BARONI, 2002) Figura 23: Representação do Fator de Crista 3.4.6. Sensores de vibração Os sensores de vibração são dispositivos que fazem a codificação de um sinal mecânico em um sinal elétrico representativo. Existem basicamente dois tipos de sensores: 37 absoluto e relativo. (BARONI, 2002) 3.4.7. Sensor relativo (sem contato) O sensor relativo chamado de probe de deslocamento sem contato é o sensor de maior aceitação para monitoração contínua de máquinas rotativas. O sistema consiste de um probe, um cabo de extensão e um oscilador-demulador conhecido no Brasil como ‘proximitor’. Esse sensor consiste de uma bobina montada em plástico ou cerâmica não condutora que, por sua vez, fica alojada num corpo roscado. (BARONI, 2002) O probe é excitado por uma frequência de 1,5 MHz gerada pelo oscilador demodulador (proximitor) e transmitida através do cabo de extensão. Esta excitação produz um campo magnético, que se irradia da ponta do probe. Quando a ponta do probe fica próxima a uma superfície condutora, correntes parasitas são induzidas na superfície do material, extraindo energia da excitação do probe e reduzindo sua amplitude. Como a distância entre a ponta do probe e o material condutor, normalmente o eixo da máquina, é variada, uma tensão DC correspondente é gerada na saída do proximitor, que irá variar proporcionalmente à variação da distância entre a ponta do probe e o eixo. (BARONI, 2002) Figura 24: Probe, Proximitor e Cabo de Extensão O parâmetro-chave do qual esta medição de vibração depende é a capacitância do espaço. A tecnologia de medição capacitiva é independente do campo magnético, das irregularidades da superfície do alvo e das propriedades metalúrgicas do alvo. As vantagens do uso do sensor relativo são: tamanho reduzido, não sofre efeitos de óleo e gases, suportar temperatura de até 120ºC, multiaplicação (vibração, deslocamento axial, fase, rotação) e faixa de resposta de frequência ampla (0 a 5 kHz) e as desvantagens são: suscetível a variações na superfície do eixo (arranhões, mossas, recuperação com 38 materiais de condutividade diferente), requer fonte externa para gerar sinal e não pode ser submerso em água. Figura 25: Representação do Sinal do Sensor de Vibração Relativa 3.4.8. Pick-up de velocidade O pick-up de velocidade típico está mostrando na figura 31. Consiste de uma carcaça, normalmente de alumínio, dentro da qual estão alojados uma bobina, um imã permanente e duas molas. O imã fica suportado pelas duas molas, uma em cada extremidade, e esse conjunto é colocado no interior da bobina. (LEONARD & T., 1998) Quando o pick-up é encostado a uma superfície que apresenta vibração, ocorre um movimento relativo entre o imã e a bobina. Esse movimento corta as linhas de fluxo magnético, induzindo uma voltagem proporcional à velocidade de vibração. O sinal produzido, que é gerado apenas pelo movimento, é de baixa impedância podendo ser usado diretamente para a análise ou monitoração. A faixa de utilização desse tipo de sensor se situa entre 10 e 1.500 Hz. (LEONARD & T., 1998) Entretanto, como esse sensor tem um sistema eletromecânico com partes móveis, estando sujeitos a falhas, seu uso tem sido gradativamente descontinuado em favor de outros tipos de sensores. Sua grande aplicação é a utilização em aparelhos de medição e análise de vibração portátil. As vantagens do uso do pick up são: sinal forte, geração do seu próprio sinal (voltagem) e pode ser montado em qualquer direção e razoável precisão até 300.000 RPM e as desvantagens são: grande e pesado, preço elevado e limitação de utilização abaixo de 10 cps. 39 3.4.9. Sensor absoluto O sensor absoluto chamado de “acelerômetros piezoelétrico” tem-se tornado, recentemente o mais utilizado para medida de vibração de máquinas por apresentarem uma curva de resposta em frequência muito superior do que os pick ups de velocidade combinadas com dimensões razoavelmente reduzidas. Além disso, esses sensores apresentam uma maior durabilidade (não possuem partes móveis), que os torna indicado para o rigor do trabalho diário de coleta de dados. Como muita situação de monitoração torna-se necessárias medições de frequências bem acima de 1.000 Hz, combinadas com amplitudes de vibração extremamente elevadas, o acelerômetro piezoelétrico é a única escolha. Com uma instrumentação baseada no uso de acelerômetros, o usuário fica livre para escolher entre aceleração, velocidade ou deslocamento, como parâmetros de medida, bastando para isso que o medidor de vibração possua circuitos integradores, que transformam sinais proporcionais à aceleração do movimento vibratório em sinais proporcionais a velocidade e ao deslocamento. Figura 26: Representação do Sinal do Sensor de Vibração Absoluta O acelerômetro, quando fixo a uma superfície vibrante, produz em seus terminais de saída uma tensão ou descarga que é proporcional à aceleração no qual está submetido, ou seja, seu princípio de funcionamento está na utilização de discos cerâmicos piezoelétricos, que por sua vez, possuem a propriedade física de gerar descargas elétricas quando solicitados a esforços. 40 O transdutor transforma um sinal de vibração mecânica em um sinal elétrico que é transmitido ao instrumento de medição, através do cabo que liga o transdutor ao instrumento. O cabo para uso com acelerômetro não deve ficar tracionado ou flexionado, para evitar ruído tribo-elétrico (eletrização por atrito). Não há problema com o cabo arrumado linearmente e bem apoiado. Apesar de o acelerômetro piezoelétrico gerar o seu próprio sinal, este tem uma impedância muito alta, não sendo compatível com os instrumentos de indicação em painéis, instrumentos de análise e monitoração. Para resolver esse problema são utilizados equipamentos eletrônicos para converter de alta para baixa impedância. As vantagens de uso do acelerômetro são: ampla faixa de resposta em frequência, peso e dimensões reduzidas, boa resistência a temperaturas (pode atingir altas temperaturas sob encomenda) e preços relativamente módicos e as desvantagens são: peça sensível (exige cuidados na montagem) e ressonância pode ser excitada no sensor frequentemente exigindo instalação de filtro passa-baixa. 3.4.2. Identificação de frequências O primeiro passo em identificar a fonte de vibração em uma máquina é calcular as frequências esperadas de vibração quando a máquina estiver operando numa determinada rotação. A análise espectral revela as frequências nas quais os níveis de vibração variam significativamente. Estas frequências são correlacionadas com fenômenos mecânicos característicos, tais como: rotação de eixos (desbalanceamento, desalinhamento), engrenamento, correias, ressonâncias etc. Ver figura 33. 41 Figura 27: Espectro de Vibrações Mostrando as Frequências Correlacionadas com Cada Parte da Máquina Depois de colhidas as informações das máquinas, o analista deverá acompanhar os níveis de vibração nos diversos componentes de frequência. Geralmente, os defeitos aparecerão em determinadas faixas dentro do espectro a ser analisado. Ver figura 34, mostrando de uma maneira geral as faixas e os respectivos defeitos. (FUPAI, 2002) Figura 28: Espectro Mostrando Diversas Faixas de Frequência e Defeitos Contidos em Cada Faixa 42 3.4.3. Medição da Vibração Algumas considerações básicas devem estar presentes no momento em que se decide fazer a medição de vibração em uma máquina ou numa estrutura. Cada equipamento ou estrutura tem suas particularidades que devem ser levadas em consideração, de modo que as medições sejam adequadas para fornecer resultados confiáveis. (FUPAI, 2002) Em primeiro lugar alguns aspectos devem ser levados em consideração: qual é o tipo de máquina? Como é sua construção? Qual o propósito da medição? O que queremos “ver”? Qual a faixa de frequência? (FUPAI, 2002) Estas perguntas permitirão, primeiramente, que façamos a escolha correta do sensor a ser utilizado. O tipo de máquina e/ou como é sua construção particular são muito importantes para a definição de como medir. (FUPAI, 2002) Máquinas rotativas com conjunto rotativo leve e carcaças robustas e pesadas têm a maioria das forças geradas pelo rotor, como o movimento relativo entre o eixo e o mancal. Em outras palavras, a carcaça da máquina funciona como um grande amortecimento, e desse modo a medição de vibração na carcaça não é adequada. Deve-se fazer medição, diretamente no eixo, com probes sem contato. Este é o caso típico de compressores centrífugos de alta pressão onde a relação de pesos entre a carcaça e o rotor é de 30:1 ou maior. (FUPAI, 2002) 3.4.4. Medição de vibração no eixo Usualmente os fabricantes desses sistemas fornecem a monitoração completa consistindo de: • Medição de vibração por intermédio de probes instalados radialmente; • Medição de deslocamento axial por intermédio de probes instalados axialmente, no disco de escora e/ou na ponta do eixo; • Medição da fase e rotação através de um probe radial que ‘vê’ um rasgo praticado no eixo; • Monitoração de temperatura dos mancais – radiais e de escora – através de RTDs; • Proximitors – osciladores – demoduladores, que cada probe instalado; • Cabos específicos para ligação probe-proximitor; 43 • Painel composto de fonte, indicador de vibração radial para cada mancal, indicador de deslocamento axial do eixo, rotação e temperatura de mancais. 3.4.5. Medição de vibração na carcaça A medição de vibração na carcaça utiliza pick-ups de velocidade ou acelerômetros. Independente de o sensor estar conectado a um vibrômetro, a um analisador ou um coletor de dados, é importante observar o seguinte: • As medições efetuadas na carcaça devem, sempre, ser feitas sobre um mesmo ponto de modo que haja compatibilidade entre os dados colhidos. A colocação do sensor em locais diferentes pode fornecer medidas desiguais. • Os pontos recomendados para verificação da vibração são as caixas de mancais ou locais mais próximos possíveis destes. Escolher locais rígidos, de modo que a medição não seja influenciada pela vibração do elemento onde está se apoiando o sensor. Evite tampas com pequena espessura, parafusos e porcas. • A fixação de pick-up pode ser feita como a recomendada para acelerômetros, ou seja, através do parafuso-estojo roscado na carcaça, ou por intermédio de base magnética, como mostrada na figura 36. • Os acelerômetros devem ser fixados em furos de acordo com a recomendação do fabricante. Figura 29: Pontos de medição de vibração na carcaça da caixa de Mancal 44 Figura 30: Fixação do pick-up com base magnética 3.4.6. Avaliações das vibrações A avaliação das vibrações pode ser feita em dois níveis: • Medição de nível global: determinação do estado geral de um equipamento. É a somatória do modo de vibração de todos os componentes, a partir dos valores de crista, pico a pico, eficaz e médio. • Análise de Espectros: cada componente da máquina possui seu próprio trem de frequências. A estratificação das frequências elementares que compõem todo o sinal complexo permite a identificação de cada componente. Esta estratificação é normalmente feita por meio de tratamentos matemáticos. Os instrumentos atuais executam este trabalho automaticamente utilizando a Transformada Rápida de Fourier (FFT – Fast Fourier Transform). 3.4.7. Curvas de tendência Como já visto, nível global de vibração é a somatória de todas as frequências de um determinado intervalo definido pelo usuário e assim, podem-se registrar estes valores ao longo do tempo através da curva de tendência (FUPAI, 2002). A curva de tendência é utilizada para observação da evolução do nível global de vibração. Assim é possível verificar o comportamento vibratório da máquina ao longo das diversas inspeções. (FUPAI) 3.4.8. Mapas Espectrais O espectro de frequências é uma das técnicas mais comuns para a deteção e diagnósticos das avarias mais frequentes. (FUPAI, 2002) Os mapas espectrais são a conjugação de um conjunto de espectros que permitem verificar qual tem sido o comportamento do ponto em análise, ao longo das sucessivas inspeções e em condições idênticas de velocidade e rotação e carga. (FUPAI, 2002) 45 Figura 31: Exemplos de Mapa Espectral 3.4.9. Critérios de avaliação de condição Para todos os pontos de medição, é registrado o nível global, que representa a composição de várias fontes de vibração. Estes níveis avaliados devem permanecer dentro de faixas admissíveis. A partir de uma tendência de evolução desses níveis de vibração, é feita uma análise de frequência para identificação da origem do problema. (FUPAI, 2002) O principal critério da avaliação de máquina rotativa em velocidade RMS é a norma ISO 2372 de 1974, que especificam limites que dependem somente da potência da máquina e do tipo de fundação. Indicações confiáveis das condições de uma máquina são baseadas na alteração das medidas relativas. (FUPAI, 2002) Figura 32: Limites de Vibração Baseado na ISO 2372 CAPÍTULO IV: MEMORIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA 4.1. Tecnologia utilizada no monitoramento de vibração A empresa responsável pela coleta e análise de vibração utiliza como tecnologia o aparelho Microlog GX da SKF, junto com um acelerômetro piezolétrico dotado de base magnética para fixação nos pontos de medição. O Software utilizado pela empresa de coleta e análise de dados de vibração é o Aptitude Analyst da SKF. 46 Na figura, observa-se a tecnologia utilizada no monitoramente de vibração. O conjunto utilizado é da SKF, composto pelo aparelho Microlog GX, cabo espiral, acelerômetro piezoelétrico e base magnética. Figura 33: Microlog GX SKF e acelerômetro piezolétrico dotado de base magnética 47 Figura 34: Acelerômetro com base magnética Figura 35: Fixação de base magnética, visão frontal 4.2. Especificações técnicas dos equipamentos para monitoramento de vibração Nesse tópico será tratado o estudo de caso de um motor de indução que aciona uma bomba centrifugada. Nele, serão expostos as informações do conjunto mecânico, pontos de 48 coletade dados de vibração e parâmetros gerados na análise de vibração. . Seguem as principais informações sobre o motor (Fonte: autoria própria em consenso com a empresa): Máquina motora: motor de indução trifásico. • Potência: 22 kW (30cv). • Rotação: 1490 RPM. • Tensão de alimentação: 440V. • Frequência: 50Hz. • Rolamentos: ✓ Lado oposto ao acoplamento (LOA ou lado oposto ao acoplamento): 6209 ✓ Lado acoplado (LA ou lado acoplado): 6309 Figura 36: Motor de indução Fonte: Autoria própria. Os pontos de coleta de vibração são determinados de acordo com os mancais de rolamento. Motores de indução trifásico convencionais, como o presente estudo de caso, possuem dois mancais. Portanto, as medições são efetuadas em 2 pontos do equipamento (motor ). A numeração dos pontos de medição são feitas em ordem crescente da máquina motora para a máquina movida, sendo 1 e 2 referente ao motor (mancal LOA e LA. (SKF SERVICE, 200). 49 Para cada ponto, as medições de vibração são realizadas em diferentes direções, de acordocom a Tabela 1. Máquina Motor Posição LOA Ponto 1 Horizontal Sim Motor LA 2 Sim Vertical Axial Não Não Sim Sim Em termos técnicos e de acordo com a tabela 1, os pontos e direções são designados da seguinte forma (SKF, 2000) • 1H: Ponto 1 na direção horizontal. • 2H: Ponto 2 na direção horizontal. • 2V: Ponto 2 na direção vertical. • 2A: Ponto 2 na direção axial. Nas figuras de 37 a 39, estão representados os pontos e direções de coleta de vibração nos equipamentos do estudo de caso. Figura 37: Pontos de medição do motor, visão lateral 50 Figura 38: Pontos de medição do motor, visão de cima para cada ponto e direção, existem os parâmetros físicos de vibração os quais são gerados os gráficos e analisados, sendo eles: velocidade [mm/s], aceleração [g] e envelope de aceleração [gE] (SKF SERVICE, 200). Para motores elétricos e bombas centrífugas convencionais, como o presente estudo de caso, as direções de medição (horizontal, vertical e axial) estão relacionadas com os parâmetros(velocidade, aceleração e envelope de aceleração) de acordo com a tabela 2. Tabela 2 - Parâmetros gerados nas direções de medição Direção Velocidade [mm/s] Aceleração [g] Envelope de aceleração [gE] Horizontal Sim Sim Sim Vertical Sim Nao Não Axial Sim Não Não Fonte: Autoria própria. Portanto, na direção horizontal são utilizados os 3 parâmetros, em contrapartida, as direções vertical e axial é utilizada apenas a velocidade. Em termos técnicos e de acordo com a tabela acima, os pontos, direções e parâmetros são designados da seguinte maneira para o estudode caso (SKF SERVICE, [200-?]). 51 • 1HA: Ponto 1, horizontal, aceleração. • 1HE3: Ponto 1, horizontal, envelope de aceleração. • 1HV: Ponto 1, horizontal, velocidade. • 2HA: Ponto 2, horizontal, aceleração. • 2HE3: Ponto 2, horizontal, envelope de aceleração. • 2HV: Ponto 2, horizontal, velocidade. • 2VV: Ponto 2, vertical, velocidade. • 2AV: Ponto 2, axial, velocidade. É possível visualizar as designações citadas acima na interface do Software Aptitude Analyst (SKF) utilizado pela empresa de coleta e análise de vibração. Figura 39:Interface do Software contendo os pontos de medição 4.3. Calculo das frequências dos defeitos dos rolamentos do motor Os cálculos das frequências de funcionamento tanto como o do rolamento serão calculadas na página Web da SKF. Antes de efetuar os cálculos das frequências especificas é necessário conhecer o tipo do rolamento e conhecer a referencia dos rolamentos instalados no Motor ( Dianteiro e traseiro), sendo assim deve se consultar o catalogo do fabricante ou na chapa característica do motor em estudo. Nas figuras 52 a 56 estão representadas os tipos de rolamentos disponível e o escolhido que esta montado nos motores em estudo, bem como a referencia. É necessário conhecer a velocidade de rotação do motor para os devidos cálculos. 52 CAPITULO V: RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. Condição observada no motor 10 de Dezembro de 2021: O rolamento dianteiro do motor apresenta altos níveis de vibração em envelope de aceleração. Temos a elevação da carpete característico do atrito. Nível saiu de 1.3 g para 2.5 g na medição atual. Gráfico de tendência que ilustra a evolução dos níveis de vibração Curva de tendência ascendente. Espectro de envelope da aceleração ilustrando elevação da carpete Espectro de envelope da aceleração. Gráfico referente a medição atual, mostrando elevação da carpete gerado pelo atrito. Ação a ser tomada: Lubrificar os rolamentos do motor. 5.2. Condição observada no motor 02 do dia 29 de Novembro de 2021: O motor apresenta condições anormais de vibração em aceleração de envelope. Temos destaque a elevação do carpete característico de falha de lubrificação. Nivel global de 5,5 gE na medição atual. 53 Gráfico de tendência que ilustra a evolução dos níveis de vibração Curva de tendência ascendente. Espectro de envelope da aceleração ilustrando característica de elevação do carpete Espectro de envelope da aceleração. Gráfico referente a medição atual e destacando característica de elevação do carpete referente a falha de lubrificação Ação a ser tomada: Realizar a lubrificação do motor com urgência. Na coleta de dados de vibração deve se verificar se as maquinas estão devidamente aterrada, pois uma coleta feita em uma maquina não aterrada causara defeitos em rolamentos e o próprio sensor. 54 CAPITULO VI: REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AL KAZZAZ, S. A., & SINGH, G. K. (2003). Experimental Investigations on Induction Machine Condition Monitoring and Fault Diagnosis Using Digital Signal Processing Techniques. New York. ALMEIDA, M. T. (1994). Apostila do Curso de Vibrações em Motores. Itajuba. Andrade, A. F. (2004). Técnicas de análise de vibrações l . Salvador: SENAI BR. BALU, S. (2009). Slip Ring Induction Motors Basic, Electrical Engineering Articles. Retrieved from http:// www.brighthub.com/engineering/electrical/articles/43725.aspx. BARONI, T. e. (2002). Gestão Estratégica e Técnicas Preditivas. Rio de Janeiro: Editora Qualitytmark. Bauer., M., & Gaskel, G. (2000). Pesquisa Qualitativa com texto, imagem e som: um manual pratico. Sao Paulo. CONTROL., N. M. (2017). O que é um rolamento? Fitzgerald., A. E., Kingsley, C., & Umans, S. D. (2008). Maquinas Electricas. McGraw-Hill. FUPAI. (2002). Análise de Vibrações I – Medidas e Diagnósticos. FUPAI. (n.d.). Análise de Vibrações I – Medidas e Diagnósticos. 2002. LEONARD, R. A., & T., T. W. (1998). Vibration and Stray Flux Monitoring for Unbalance Supply and Inter-turn Winding Fault Diagnosis in Induction Motors. MAIS, J. (2002). Spectrum analysis: the key features of analyzing spectra. EUA: SKF Reliability Systems. EUA. NASCIMENTO, F. P. (2016). Metodologia da Pesquisa Científica: teoria e prática: como elaborar TCC. Brasilia. NBR 5462, A. B. (1998). Confiabilidade e Mentabilidade. Rio de Janeiro. NEMÉSIO SOUSA, J. ( 2009.). Técnicas Preditivas de Manutenção Elétrica - 22º Engeman. Apostila da disciplina de Manutenção de Equipamentos e Instalações Elétricas. Rio de Janeiro. NORTON, R. L. (2013). Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. São Paulo: 4. ed. BOOKMAN. SEMEQ., S. d. (2003.). Apostila de Análise de Vibração em Motores Elétricos. SIQUEIRA, I. (2005). Manutenção Centrada na Confiabilidade: manual de implementação. Rio de janeiro: Qualitymark. SKF, C. M. (2000). Identificando estágios de falhas em rolamentos. Spanner, F. (2009). TECNICAS PREDITIVAS DE MANUTENCAO DE MAQUINAS ROTATIVAS. Rio de Janeiro. 55 SYSTEMS, S. R. (2000). Vibration diagnostic guide. EUA. WEG. (2003). Manual de Instalação e Manutenção – Motores de Corrente Contínua. . Jaraguá do Sul. WEG. (2003). Características e Especificações de Motores de Corrente Contínua e Conversores CA/CC. . Jaraguá do Su. WEG. (1998). Catálogo Geral de Motores Elétricos. ANEXO 56 Figura 40: Gráfico espectral FFT indicando problemas de desalinhamento Figura 41:Gráfico espectral típico de desbalanceamento (pico em 1X RPM), também indica pequeno desalinhamento (pequeno pico em 2X RPM) 57 Figura 27 - Fonte: SKF Service, ([200-?]). Figura 42: Gráficos espectrais típicos de condições de desbalanceamento Figura 43:Gráficos espectrais em folgas tipo A, B e C 58 Figura 44: Observa-se os múltiplos harmônicos no gráfico espectral, associando ao problema de folga Figura 45: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 1º estágio Figura 46: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 2º estágio 59 Figura 47: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 3º estágio Figura 48: Gráfico espectral típico de falha de rolamento em 4º estágio Figura 49: Gráfico espectral de rolamento em 3º estágio de falha em seu anel interno 60 Figura 50: Gráfico espectral de rolamento em 3º estágio de falha em seu anel externo Figura 51: Gráfico espectral de rolamento em 3º estágio de falha em seu anel interno 61 Escolha do tipo e a forma de Montagem Figura 52: Escolha do tipo rolamento e a montagem no veio Escolha da Referencia ( Tipo) do Rolamento Instalado. Figura 53: Escolha da Referencia ( Tipo) do Rolamento Instalado. 62 Inserir o valor da velocidade de Rotação Figura 54: Calculo das frequências dos Rolamentos Figura 55: Calculo da frequência dos Rolamento 6309 63 Figura 56: Calculo da frequência dos Rolamento 6209 64 ACTA Realizou-se no dia 11 de Novembro de 2021, ás 11:00 horas, na Faculdade de Engenharia, a apresentação do tema e o termo de atribuição ao Supervisor e com intuito de desenvolver o projeto com o auxilio do supervisor, como requisito para aprovação na disciplina de Projecto do curso....................................................................................................................A reunião foi composta por me, Melosovik Magumisse e pelo meu Supervisor, Eng° Isac Matavel ...................................................................................................................................................... Realizou-se no dia 1 de Dezembro de 2021, ás 9:00 horas, na Faculdade de Engenharia, a Correção do Tema, as diretrizes para elaboração de um projecto de pesquisa( Estudo de caso) e o fornecimento de Referencias bibliográficas Metodológicas e Técnicas que serviram para o desenvolvimento...................................................................................................................................... A reunião foi composta por me, Melosovik Magumisse e pelo meu Supervisor, Eng° Isac Matavel ………………………………………………………………… Realizou-se no dia 7 de Dezembro de 2021, ás 13:00 horas, na Faculdade de Engenharia, a correção de alguns capítulos que o trabalho contém…………………………………………………………………………………………………… …………………………………………………………………………………………………………… ……………………………………………………… A reunião foi composta por me, Melosovik Magumisse e pelo meu Supervisor, Eng° Isac Matavel .................................................................................................................................................................. Realizou-se no dia 8 de Fevereiro de 2022, ás 13:00 horas, na Faculdade de Engenharia, a entrega do Projecto finalizado…………………………………….. A reunião foi composta por me, Melosovik Magumisse e pelo meu Supervisor, Eng° Isac Matavel ………………………………………………………………….. E para constar do processo respectivo, Eu elaborei a presente ata, que vai assinada por me, Melosovik Magumisse e pelo meu Supervisor, Eng° Isac Matavel O Supervisor …………...…………..……………………… Eng° Isac Matavel 65 GUIA DE AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO ESCRITO FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA F1 - GUIA DE AVALIAÇÃO DO RELATÓRIO ESCRITO Nome do estudante: Melosovik Tomas Magumisse Referência do tema: 2021ELPC20 Data:15 /02/ 2022 Titulo do tema: Estudo de falhas em motores de indução trifásico utilizando método de análise de vibração na Icro group 1. Resumo 1.1. Apresentação dos pontos chaves no resumo 1 2 3 4 5 (clareza, organização, correlação com o apresentado) Secção 1 subtotal (max: 5) 2. Organização (estrutura) e explanação 2.1. Objectivos 2.2. Introdução, antecedentes e pesquisa bibliográfica 2.3. Metodologias 2.4. Resultados, sua análise e discussão 2.5. Conclusões e aplicação dos resultados (recomendações) Secção 2 subtotal(max: 45) 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 3. Argumentação 3. 1.Criatividade e originalidade 3.2.Rigor 3.3.Análise crítica, evidência e lógica 3.4.Relação objectivos/ métodos/ resultados/conclusões 3.5.Relevância Secção 3 subtotal(max: 30) 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4. Apresentação e estilo da escrita 4.1. Legibilidade e organização 4.2. Ilustração e qualidade das figuras e tabelas 4.3. Estilo da escrita (fluência do texto, uso da língua e gramática) 4.4.Fontes bibliográficas (citação correcta, referências, etc) Secção 4 subtotal(max: 20) Total de pontos (max: 100) 6 6 6 6 7 7 7 7 8 8 8 8 9 9 9 9 10 10 10 10 5 5 5 5 5 6 7 8 9 10 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 Nota (=Total*0,2) Nota: Quando exista a componente gráfica (desenhos técnicos), a nota acima é multiplicada por 0,8 cabendo os restantes 20% do peso à referida parte gráfica. O supervisor Maputo, 15 de Fevereiro de 2022 66 GUIA DE AVALIAÇÃO DA APRESENTAÇÃO ORAL E DEFESA (PELO JÚRI) FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA F2 – GUIA DE AVALIAÇÃO DA APRESENTAÇÃO ORAL E DEFESA Nome do estudante: Melosovik Tomas Magumisse Referência do tema: 2021ELPC20 Data:15 /02/ 2022 Titulo do tema: Estudo de falhas em motores de indução trifásico utilizando método de análise de vibração na Icro group 1. Introdução 1.1.Apresentação dos pontos chaves na introdução (Contexto e importância do trabalho) Secção 1 subtotal(max: 10) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2. Organização e explanação 2.1. Objectivos 2.3. Metodologia 2.4. Resultados, sua análise e discussão 2.5. Conclusões e aplicação dos resultados (recomendações) Secção 2 subtotal(max: 25) 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 9 10 3. Estilo da apresentação 3. 1. Uso efectivo do tempo 3.2. Clareza, tom, vivacidade e entusiasmo 3.3. Uso e qualidade dos audio-visuais Secção 3 subtotal(max: 15) 1 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 4 5 5 5 4. Defesa 4.1. Exactidão nas respostas 4.2. Domínio dos conceitos 4.3. Confiança e domínio do trabalho realizado 4.4. Domínio do significado e aplicação dos resultados 4.5. Segurança nas intervenções Secção 3 subtotal(max: 50) 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 10 10 10 10 10 Total de pontos (max: 100) Nota (=Total*0,2) 67 ANEXO 13. FICHA DE AVALIAÇÃO GLOBAL FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA F3 - FICHA DE AVALIAÇÃO GLOBAL Nome do estudante: Melosovik Tomas Magumisse Referência do tema: 2021ELPC20 Data:15 /02/ 2022 Titulo do tema: Estudo de falhas em motores de indução trifásico utilizando método de análise de vibração na Icro group AVALIADOR Relatório escrito (F1) Apresentação e defesa do trabalho (F2) NOTA OBTIDA N1= N2= PESO(%) A= 60 B= 40 CLASSIFICAÇÃO FINAL =(N1*A+N2*B)/100 OS MEMBROS DO JURI: ASSINATURAS Membro 1 (O Presidente) Membro 2 Membro 3 Maputo, 23 de Fevereiro de 2022 68